quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Listas?

Esse ano eu não fiz listas.

Ano passado também não.

Acho que quando a gente está ocupado sendo feliz e fazendo dar certo, acaba não sobrando tempo pro resto todo.

E olha, o resto todo é coisa pra cacete.

Eu posso dizer que aprendi a amar meu pai como ele é. Mas preciso ser mais tolerante com o mundo.

Que tenho feito, senão o meu melhor, mas o que está ao meu alcance, pra ser bacana com a minha mãe. Mas preciso ser mais paciente com o mundo.

Que achei o amor correpondido, essa coisa linda e doce e mágica. E que por isso, mais que tudo, preciso ser solidária com as desiluções amorosas dos outros.

Que tenho o emprego que eu sempre quis. Que me realiza profundamente a minha carreira. Mas é necessário voltar para a filantropia.

Eu tenho plena consciência que meus defeitos estarão sempre aqui, mas preciso me concentrar em deixá-los toleráveis para o universo.

Que venha 2011.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quando você tenta ser mais tolerante com o mundo, é inevitável que você sinta um pouco mais idiota.

Mini putas, mini xotas.

De onde elas vieram eu não sei.
Mas sei pra onde todas vão.

Quinze, Dezesseis.
Algumas, mais velhas, não passam dos Dezoito.
As mesmas saias coladas, vulgares. Como se a bunda fosse tudo.
E talvez aé seja.
Triste. Deprime. Desola.

A mesmas blusas coladas, vulgares. Como se o peito...
E é.

Eu me pergunto: Onde estão seus pais?
E a vergonha de olhares tão desvatadores?
Que eu tive, que mulheres um pouco mais velhas tiveram também.
Será que a minha filha será assim? Será que Educação não dá mais jeito?

Já nasceram na era dos direitos iguais.
Não queimaram sutiãs, nem viveram sob a égide do famigerado Eatatuto da Mulher Casada (que passava a ser relativamente capaz após as núpcias. Sim. Aconteceu aqui.)
Mas então não se explica.
Só se assusta.

É o quadro negro de Lenine.
Quem vai pagar a conta?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O problema, definitivamente, não é quando sua mãe é uma criança.
Ele só surge quando você se dá conta que é mãe solteira.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Não é só em novela que as mocinhas tem final feliz.

A única diferença, no meu caso, é que o vilão não tem a cara do Gianecchini.

domingo, 7 de novembro de 2010

Saudade.

É coisa que dói.
Não todo dia. Só quando a gente lembra.

Hoje eu lembrei da Jade.
Dela sorrindo.
Dela com a cabeça pra fora no carro. Ou em cima do ombro da gente, toda torta pra sentir o vento na cara.

Vi a foto descascada na geladeira.
Lembrei do dia que ela morreu. Do meu choro inconsolável.
Ela não volta. Meu Deus!

É tão triste perder.
Tão intenso.
Tão.

Eu queria que tudo vivesse pra sempre.
Pra que eu nunca mais escrevesse nada tão melancólico.

sábado, 6 de novembro de 2010

Esse post é só pra dizer que São Pedro é paulistano.
Só pode.
Sim, por que quando a paulistanada tava toda aqui até um sol saiu, magro mais saiu.
Hoje, quando a praia seria só minha, merecedora moradora (e nascida!) santista chove pra cacete.
Puta palhaçada!

domingo, 17 de outubro de 2010

Valeu bambi!

Quando você mora em Santos, não torce pro Alvinegro da Vila Belmiro e, de quebra, mora ao lado da Praça da Independência, onde essa gente tão linda, tão calma e tão bacana comemora os jogos, tudo que você quer na vida é que o Santos perca.Mesmo que seja pros bambis.

Meu sono agradece.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

É só paz.
Que te invade.
E toma todos os lugares. Os menores, os abismos, os cantos sujos e não olhados.

Em qualquer lugar que eu olhe pra mim é calma. É imensidão. E paz. Paz, e paz e paz e mais paz.
É como se toda a gritaria fosse muda. Cadê o caos?
Não mora mais aqui.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mataram o André!
Coisa mais triste no Tropa de Elite.

domingo, 3 de outubro de 2010

A única coisa que pode consolar uma cidadã que votou na Marina e acreditou com toda a alma que talvez desse, é saber que a Dilma não amanhecerá presidenta no dia do meu aniversário.

Sim, por que ficar mais velha numa segunda feira e ainda engolir o populismo barato de um PT que eu tanto admirei (e defendi) é demais pra mim.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ai que saudade da Argentiiiiiiiiiiiiiina!




Foto tirada no metrô, nosso fiel escudeiro!
Nunca, jamais, por nadinha, deixe de conhecer o metrô em Buenos Aires. Você ficará bem feliz pelos que nós temos aqui.
Logo mais posto as fotos de Paris. Aguardem.
Eu amo de uma maneira louca, arrebatora, que me consome.
Ao mesmo tempo meu amor é calma, é paz, é a docura da risada dele. Ah...a risada dele na cozinha é a razão de tanta coisa que ele nem sabe.

Eu amo o jeito que ele olha, que ele dorme, que ele come, amo até o jeito dele quando fica enburrado.
Eu amo os planos, os detalhes, a rotina. A falta dela também.
Amo a mordida, a bitoca e copo de água. Que ele sempre sabe.

Amo as viagens que fizemos. E as que vamos fazer.
Amo os nomes de tudo, filho, cachorro e tartaruga.
Amo a simplicidade que só gente que ama pode entender.

Amo por ele sabe que eu sou esqusita.
E por que ama mesmo assim.

Amo.
Cada pedacinho.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

E você ainda vota no Netinho?

O pai, fundou a escola de idiomas Yazigi e a Fundação SOS Mata Atlântica. A mãe, foi premiada pela UNESCO por seus programas para capacitação profissional.

Começou a trabalhar na empresa do pai aos 16 anos e levou-a ser um dos maiores cases de sucesso de franquias no mundo.

Fundou a Associação Brasileira de Franchising, e foi presidente da associação por 3 mandatos consecutivos.

Fez parte dos movimentos estudantis na época da ditadura militar brasileira. , Atuou na AP – Ação Popular, mas abandonou o movimento devido às sua crença na não-violência.

Começou a praticar sustentabilidade antes mesmo de o termo ter sido inventado, e por isso foi um dos redatores da Carta da Terra – A declaração de princípios éticos e fundamentais para construção de uma sociedade justa, sustentável e pacífica.

Pós-Graduado em filosofia pelo IBMEC.

Autor do programa de capacitação de professores no Institute for the Advancemente of Philosophy for Children, na Montclair State University.

Voluntário em capacitação de professores em escolas públicas, devido ao seu interesse de educação por qualidade.

Integrante do PNBE – Pensamento Nacional de Bases Empresariais onde implementou projetos de adoção de escolas públicas por parte de empresas.

Presidente do conselho deliberativo do instituto Ethos. Fundador do Uniethos – a sua divisão educacional. Projetou o instituto com suas participações em fóruns internacionais como o Pacto Global das Nações Unidas, o Global Report Iniciative, a 26000, o fórum Econômico Mundial.

Iniciou a disseminação da responsabilidade social empresarial como uma nova dimensão nos negócios.

Um dos três fundadores do Movimento Nossa São Paulo.

Um dos fundadores do fórum Amazônia Sustentável.

Convidado para participar do projeto Elias – do Massachussets Institute of Technology para incentivar a inovação de lideranças sistêmicas ligadas à sustentabilidade.

No final de 2007, aproximou-se de Marina Silva e, juntos com outras lideranças empresariais e ambientais, conceberam o movimento Brasil Sustentável, que visa engajar diversos setores da sociedade – empresas, governos, academia e organizações da sociedade civil – na construção de uma sociedade responsável, justa e sustentável.

Ricardo sonha com uma sociedade de pessoas felizes, com qualidade de vida.

Seu lema de vida é: Paz, Alegria e Serenidade.

Filósofo, praticante de yoga e da filosofia de não violência de Ghandi, Músico e compositor de violão erudito.

O nome dele?
Ricardo Young - 430.

Filosofia de mamãe.

Falando do Gustavo...


Teu namorado é bonitão né?

Aham.

Muito bonito né?

(lá vem)

Isso é legal né mãe? Preferia que ele não fosse?

É que homem bonito dá trabalho...

Mas feio dá desgosto!


E mamãe ri, até passar mal.



Gente

Eu gosto de gente que ri pra cachorro na rua.
Que ajuda velhinho na escada rolante.
Que nao tem medo de parecer vazio às vezes. Ou sempre, se for preciso.

Eu gosto de gente que não tem medo de parecer ridículo.
Que conhece o perdão. Os dois lados dele.
Que sonha, des-sonha e sonha de novo.

Eu gosto de gente.
Às vezes.
Não sempre.
Quase nunca.

domingo, 19 de setembro de 2010

Fortaleza, aí vamos nós.
12 longos  e lindos dias!



sábado, 18 de setembro de 2010

Saudades do Prona!
Meu nome é Enéeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeas!
5650!                     

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quase trêeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeees anos de boxe!
Tô tãooooooooooooooo feliz!

domingo, 12 de setembro de 2010

10 bons motivos...

Eu sempre achei insano um ser humano arriscar a própria (ou alheia) vida em prol de uma aventura. Pra que chegar ao topo mais alto do mundo se você não voltará de lá? Bom, talvez você volte, sem o pé, os dedos, sem um pedaço do nariz, da orelha...

Acho insano, mas respeito. Agora, com 10 bons motivos pra nunca, jamé, em tempo algum me aventurar em algo assim.



ps:  O livro é bom e vale a pena. Se você não tiver problemas cardíacos, claro.

domingo, 29 de agosto de 2010

Tãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao lindas!



Sim, faltou o grude.

Sim, tem um Robert lá no fundo.

Devaneios

Será que se eu pedir pro meu chefe um mês de folga, alegando que a umidade do ar tá uma merda e que isso pode causar um colapso na minha rinite eterna ele me dá? Será?

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Finalmente o Palmeiras ganhou e deixou o Papai feliz.
Sim, por que nao é todo dia que se faz 63 anos, com juízo de 14 e o Palmeiras ganha.


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Encarreguei mamãe de escolher nossos senadores. (eu escolhi Marina e um professor, pra federal)
Tô com medo.


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Ontem só tinha o grude de homem bonito na rua.
Sim, estou irremediavelmente apaixonada.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Eu queria taaaaaaaaaaaaaaaaanto falar de política, mas papai me fez gastar todo meu latim com o moço do restaurante, só por que o pobre homem disse que ia votar no Tiririca.

E olha, falei que nem o homem do leite e o cidadão disse assim: "O dona, lá tem tanto palhaço, que eu só vo colocá mais um".

Dizer o que depois disso?

Papai, como velho, razinza e malufista, saiu dizendo que o moço cuspiu no parmegiana!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ser mulher, depilada e manter o salto alto.

Hoje recebi da sogrona um texto da Vanusa Leão dizendo que não dá pra ser mãe, mulher, amante e profissional.

Há pouquíssimo tempo atrás eu discodaria veementemente. Diria que era recalque. Simples assim.

Hoje eu concordo. Não dá mesmo. E olha que eu nem sou mãe.

A ditadura do corpo te escraviza. Não adianta negar, por mais desencanada que você seja (e eu acho que sou). Vira e mexe me pego olhando pra ver se minha bunda caiu, se apareceu uma celulitezinha... E corro pra academia. Eu gosto. Mas se me dessem a fórmula da barriga linda sem abdominal, voi lá, a Unimes não me veria mais.

Aí preciso adequar uns três, quatro treinos, com 17 audiências na semana. Sim, por que eu sou advogada trabalhista, e de empresa. Então as pautas são sempre assim, monstruosas. Advocacia itinerante.

Tudo isso no salto, na maquiagem, perfumada e de bom humor.

Fora isso você precisa encaixar a depilação, a unha e a sombrancelha na sua agenda. E quando atrasa (e você sempre atrasa) rezar pra esteticista não desmarcar, por que se não f...Mais uma semana com a unha ferrada, a sombrancelha torta e milhões de pelos onde não deveria ter nenhum.

Mas você tem 17 audiências.

A unha, a sombrancelha, a depilação.
O telefone (um dos três) que toca o dia todo.
E seu chefe.
E seus estagiários.

Jesus.
Quem foi que disse que eu queria ser moderna?

E você também é namorada, filha, mãe de cachorra.

Jesus de novo.

O tiro de misericórdia foi sexta passada. Eu estava descabeladérrima no fórum, sem salto, sem maquiagem, humor mediado (e eu juro que sou bem humorada!). A única coisa decente era meu cheiro, afinal, não é todo dia que o free chop esquece de cobrar dois victorias secrets não?

Pois bem. Um colega de faculdade me vê, vem bem perto e diz: O que aconteceu?

Oi?

É, você tá meio...

Nada. Eu sou mulher.


Ele que vá pra puta que pariu.
É isso.

E o horário eleitoral...

tem o Tiririca.
dizendo que não sabe o que é ser deputado, mas se você votar nele, ele te conta.


Me diz se o Brasil não tá perdido?

domingo, 8 de agosto de 2010

Paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai, feliz dia pra tu!

Tudo bem se eu tiver esquecido o presente aham?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Eu queria ter nascido poeta.

Ter virado uma hippie louca aos quinze.

Queria ter colocado dread.

Mas eu virei advogada, igualzinho ao que papai queria.

Vejam só vocês. Quanta criatividade.



ps: Eu adoro a minha profissão, mas em dias de chuva fico meio confusa.

terça-feira, 27 de julho de 2010

E de repente você descobre que toda a paz do mundo está dentro de você.
Não por que você aprendeu a viver com a sua mãe e descobriu o quanto ela é linda.
Não.
Não por que você aprendeu a aceitar seu pai e então percebeu que colocá-lo no rol dos monstros era apenas mais fácil. De conviver, de entender, de justificar.
Não.
Não por que você encontrou  grande amor da sua vida. O enorme amor da sua vida toda. Ele e os sorrisos que só ele tem.
Não.
É mais que isso.
É além disso.
É só paz.
Batalhada todo dia.


Milágrimas



Música: Itamar Assumpção

Letra: Alice Ruiz





Em caso de dor ponha gelo

Mude o corte de cabelo

Mude como modelo

Vá ao cinema dê um sorriso

Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo

Se amargo foi já ter sido

Troque já esse vestido

Troque o padrão do tecido

Saia do sério deixe os critérios

Siga todos os sentidos

Faça fazer sentido

A cada mil lágrimas sai um milagre



Caso de tristeza vire a mesa

Coma só a sobremesa coma somente a cereja

Jogue para cima faça cena

Cante as rimas de um poema

Sofra penas viva apenas

Sendo só fissura ou loucura

Quem sabe casando cura

Ninguém sabe o que procura

Faça uma novena reze um terço

Caia fora do contexto invente seu endereço

A cada mil lágrimas sai um milagre



Mas se apesar de banal

Chorar for inevitável

Sinta o gosto do sal do sal do sal

Sinta o gosto do sal

Gota a gota, uma a uma

Duas três dez cem mil lágrimas sinta o milagre

A cada mil lágrimas sai um milagre



segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fisioterapeuta.

Eu finalmente descobri por que na faculdade, mais especificamente nos jogos, as moças que faziam fisioterapia eram carinhosamente chamadas de fisioteraputas.

Tô fazendo minhas maravilhosas sessões desde sexta feira e as adoráveis moças não fazem outra coisa senão me irritar.

Pensa comigo. Você está com dor, muita dor, dor para caralho. Aí a cidadã, às 8 horas da matina (só tinha esse horário, claro) resolve que você pode ficar junto com a velhinha resmungona, por que afinal, devo ter cara de boa samaritana mesmo.

Em menos de cinco minutos, isso ainda na sexta, a velhinha me disse que faz fisioterapia há três anos (3!!!!). Por que raios ela ainda não mudou de local, de método, de puta?

Hoje, ela sismou que o aparelho dela estava mais leve do que nos outros dias (ou seriam anos?). E a querida moça de branco, ao invés de convencê-la ou então fingir que trocava o peso, psicológico, sabe como é. Não não, ela se limitou a sorrir e mandar a velhinha fazer mais um poquinho.

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Socoooooooooooooooooooooooooorro!

Quero meu pulso bom logo, por que mais 10 sessões disso, eu definitivamente ficarei louca.
Daquelas que andam peladas e pedem dinheiro no sinal.
Roubaram o celular da musa da Copa.
Tudo bem, era paraguaio.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Prezado São Pedro.

Se não for pedir muito, dá pra parar de chover?
Sim, por que o cheiro de cachorro molhado só fica legal na Penélope.
E o pé frio? Aham?
Olha, se a coisa continuar assim, até o final do mês gasto todos meus tostões em guarda chuva vagabundo.


Não tá fácil São Pedro. Não tá não.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sobram pernas, braços e bocas.
Faltam afetos.
Sobram chichês, michês, se.
Faltam afetos.
Sobram dores, cores, amores de mil vidas.
Faltas afetos.


Alguém que entenda Clarice. Só. E ponto.
gente blasé só fica bem em filme do Almodovar.

domingo, 27 de junho de 2010

Maldita inclusão digital.

Eu que sempre achei que não ter orkut, facebook, twitter, myspace e outras redes sociais era estar absolutamente protegida desse mundo cão virtual dancei.

Pois é senhores. Hoje, na mais pura falta do que fazer, resolvi jogar meu nome no google e than nan nan nan:

Dá pra saber a nota que eu tirei no meu exame de ordem;

Dá pra saber a data que eu tive entregue a carteira da OAB e quem foi o paraninfo da solenidade (sabendo, portanto, a minha profissão);

Dá pra saber que eu fui estagiária da defensoria pública do Estado de São Paulo, e até a data e local do concurso público;

Se pesquisar bastante dá pra achar a data de aprovação na faculdade (com direito a campus), um emprego que eu já tive...

Maldito google.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eu quero tomar banho de chuva.
E ter um, dois, três filhos.
Quero que minha cachorra viva cem anos.
Que meu pai, minha mãe e a Xuxa também.

Quero que a pós termine logo. Ou pelo menos as aulas de direito sindical.
Quero começar o mestrado. E apresentar a tese e quase enlouquecer.
Quero que minha casa fique limpa sem que pra isso eu tenha que pegar a vassoura (sério!)
Quero um ferro de passar e uma tábua de vovó.

Quero ir à Parati com o grude. E colocar o DVD da Vanessa da Mata. Aquele que ela canta em Parati.
Quero um aumento.
Quero outro aumento.
Quero comer pipoca. E vir milhões de filmes. Mesmo que seja em pedaços por que a gente tá com sono.

Quero dirigir o caminhão do meu pai.
Quero andar descalça na areia.
Quero comer a comida da minha mãe.

Quero.
Quero.
E quero mais.

Destesto mau humor.
Mas só o alheio.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Islamismo.

Se você perguntou pra sua mãe o que era, aos oito anos, e ela se limitou a dizer que era um monte de árabe maluco;

Se você perguntou pra tia da escola e ela, no alto de toda sua didática e atenta ao programa pedagógico da 3ª série, respondeu que você aprenderia na 8ª;

Se você finalmente chegou na 8ª e ninguém te ensinou nada, eis a solução:


História linda de morrer. Simples assim.


domingo, 13 de junho de 2010

Meus queridos leitores, vou contar à vocês um bafão:

Comprei um pijama.

Mas o bafão não é esse, claro. O bafão é que a calça dele é legging.

Portanto, cidadãos santistas, se vocês me virem por aí de legging nova, já sabem.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Querido diário,

Hoje eu tive que lavar meu tênis. Tarefa inglória. Tem mais de mês que ele tá lá, esperando qualquer boa vontade dentro do cesto.

E aí eu lembrei da minha mãe. Primeiro por que ela lava meu tênis bem melhor que eu. Aliás, minha mãe lava qualquer coisa melhor que eu. Sim, por que é humanamente impossível ser advogada, fazer pós, malhar, cuidar da cachorra, do grude e ainda lavar roupa tão bem quanto a minha mãe. Aí eu lembrei dela.

Lembrei também por que pensei por uns segundos em deixar o tênis ali, como quem não quer nada sabe? Por que sei que mamãe vem no final do mês e então não resistiria e lavaria. Quem se importa se ele ficou uns três meses no cesto? Bobagem.

Mas, seria inevitável ouví-la dizer umas trezentas e cinquanta e doze vezes que é uma vergonha uma mulher desse tamanho não lavar um tênis, não limpar o forno, não tirar o preto do meio do azulejo com a escovinha e por ai vai. Minha mãe acha que eu sou a mulher maravilha. A própria reencarnação da She-Ra. Sério.

Então eu lavei o tênis. Por que é mais fácil do que ouvir mamãe falando. Ô se é.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Toda a minha carreira teatral.

Quando eu tinha uns 6 anos, ganhei meu primeiro papael no teatro:

 Uma árvore.

Sim, mas não era uma árvore qualquer. Era uma senhora árvore. Imagivem vocês, meus queridos leitores: O tronco era uma caia de papelão pintada de marrom, que nós mesmos, crianças de 6 anos, pintamos nas aulas de Ed. Artística. (viva a criatividade das tias e o projeto pedagógico!). As folhas eram feitas de papel crepom verde, muito papel crepom verde. Na minha cabeça botaram uma cesta com maças.Na verdade não sei de quem foi essa brilhante idéia. Será que maças só nascem no topo das árvores? Aham? Enfim. Naquela época eu não era tão questionadora, graças a Deus.

Ocorre que depois de muito ensaiar e as tias convocarem TOOOOOOOOOOODAS as mães e pais e primos e avós de todo mundo, minha rinite resolveu atacar. Sim, por que eu tenho rinite desde que me conheço por gente. Não deu outra. Fiquei famossérrima. Conhecida como a árvore que espirrava. Espirrei, espirrei e espirrei durante toda a peça. Acho que foi a coisa mais difícil que eu fiz na vida. Espirrar sem perder todo aquele crepom verde, digo, folhas. Tomar cuidado pra toda água que descia nariz abaixo não borrar a caixa de papelão marrom. Um horror.

Claro que as outras crianças de 6 anos acharam o máximo desde então me apontar e dizer "olha a árvore que espirra" e morrer de rir. Muito agradável.

Pedi, implorei, chorei e fiz o maior drama pra minha mãe me trocar de colégio, afinal, ser reconhecida pelas mães dos meus milhões de amiguinhos de 6 anos como a árvore que espirrava era um motivo de força maior. Mas ela se mostrou absolutamente insensível com o e´pisódio e me manteve no Leopoldinho III - Nós educamos seu filho com amor. Mentira. Lá eles criam monstros infantis que vão rir de você por toda a sua vida.

Anos mais tarde, já no terceiro ano do ensino médio, fui convocada pro papel de freira no Colégio São José, religioso até o último fio de cabelo de São Palloti (Santo fundador do troço). Eu estudava lá como bolsista, não teve como negar pra madre superiora. Até contei o episódio da árvore que espirrava mas ela disse que era bobagem, que eu era nova demais e que meu papel só teriam duas falas.

Fui lá com todo meu trauma.

A roupa da freira era uma espécie de pano de cortina branco, com um pano de cortina preto por cima, o que me levou a fazer certa comparação sobre a falta de investimentos em figurino e cenário, que anos mais cedo eu tinha notado no Leopoldinho. Tinha um óculos também. Não sei por que raios de motivo além de freira eu tinha que usar óculos. Era castigo demais pra um ser só. Mas fui forte e não fiz objeção quando a moça me deu aquele negócio com cara de "eu já passei em muitos narizes".

Pois bem.

Falei pra moça que estava nos vestindo que achava melhor colocar um short por baixo, vai que o pano de cortina rasga né? Ela disse que era bobagem (igualzinha a madre havia dito), que o figurino já tinha sido usado milhares de vezes (olha que maralhinha, como o óculos!) e que nunca aconteceu nada.

No dia da apresentação o Colégio tava cheio, era dia do tal São Palloti e todas as carolas mães de alunos estavam por lá, elas e as família quatrocentonas de São Bernando do Campo.

Adivinha o que aconteceu?

Tropecei no pano de cortina, na parte branca e cai no palco. Não bastasse a vergonha pelo tombo, metade da minha bunda apareceu (leiam acima: Eu havia pedido pra ficar de short!) por que o pano de cortina subiu. Encerrei a minha gloriosa carreira teatral sob os olhares chocados das velhinhas da platéia.

Era melhor ser uma árvore que espirrava do que uma freira de bunda de fora.











domingo, 23 de maio de 2010

Hoje eu queria dizer tanta coisa, que no fundo no fundo, não consigo dizer coisa nenhuma.

Um saco.

Vamo dormir Pê. Tá na hora.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

top blog 2010.

Meus queridos milhões de leitores, o top blog 2010 indicou minha pessoa ao prêmio na categoria variedades.

Sim, embora eu não saiba por o link aqui, devo dizer que vocês podem achar no google o site, jogar meu nome e sobrenome (tudo junto) na barrinha (não do Google né?) e pronto. Tá lá.

Agora, por favor, não votem em mim, ser famosa dá muito trabalho.



segunda-feira, 17 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

Perdão.

Eu sempre acreditei que perdoar fosse coisa de duas mãos. Que era necessário pedido de um lado e a dação de outro. Cresci com esse protocolo arraizado em mim. Alguém pede, alguém dá. Pronto. Tá perdoado. Nao vale se não for assim. Tipo regra de esconde esconde sabe? Quem bate cara não pode olhar, do mesmo jeito que pra ter perdão, tem que ter bilateralidade. Uma coisa não existe sem a outra. Se no esconde esconde quem olha bate cara de novo, nessa coisa antropológica de perdoar, se um dos lados não concorda com o contrato não tem perdão. Simples e pesado.

Mas perdão não é assim. Gracias a Dios.

Basta que eu peça , mesmo que o outro se recuse. Vale ainda o contrário, vale mesmo se eu pedir e o outro não der. Quando eu era pequena e aprontava alguma coisa (e eu sempre aprontava alguma coisa) minha mãe que já morreu (por que tenho uma viva - eu tenho duas) sempre dizia que eu tava perdoada.

Minha irmã, que boa pessoa já não era desde as fraldas dizia: Mas mãe, ela nem pediu desculpa!

Mamãe se limitava a dizer que eu tava perdoada e pronto.

É claro que a gente quase não entende nada quando é pequena, se fosse assim não haveria tempo pra brincar. Eu achava o máximo que a minhã mãe fosse assim. Eu fazia o diabo e ela perdoava. Perdoava e perdoava e perdoava mais. Quase nunca eu pedi desculpas, e as poucas vezes que pedi foi por nítida ameça de perder alguma regalia infantil: não fui sincera.

Cresci num lar onde havia perdão dado, doado, sem pedido. E por mais que eu me tente, não tenho a grandeza da minha mãe.

Não sei perdoar todo mundo. Não guardo a mágoa, isso não. Mas também não perdoo.
Mas ó, nao é de todo mal, pedir desculpa eu sei. E como sei. Peço desculpa sem problema, sem orgulho, sem medo de nao ser perdoada.

E todo esse texto foi só por que lembrei da minha mãe.
Que me perdoava sempre e tanto e mais.



domingo, 9 de maio de 2010

É tanta felicidade que não cabe em mim.
Transborda.
Na pele, no cabelo, na fila do pão.

O grande amr da minha vida tá ali. É vizinho. É meu.
Tem o sorriso lindo.
A mão linda.
Até a unha do pé dele é linda.

Na rua, na chuva, na fazenda.
É o sentido, o caminho e a direção.
De um coração que sempre acreditou, mas nunca encontrou nenhum motivo.

E agora tem até apartamento com varanda gourmet, tem filhos lindos que não nasceram. Tem toda uma vida pra dar certo.


Samantha
brega e romântica.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

quinta-feira, 29 de abril de 2010

eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
Passei na aula de motoca!

O Ministro e o Sexo.

O Seu Ministro mandou todos os velhinhos fazerem sexo contra a hipertensão.
Quero ver quando a velharada começar a ter ataque do coração o que é que ele vai dizer.
Né não?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mundo cão.

Hoje algum vizinho desconhecido do prédio da frente tentou jogar um saco de pão na minha cabeça, enquanto eu voltava distraidamente do boxe. (sério.)

O mundo tá mesmo perdido.

Amor de longe.

Eu amo a minha mãe.
Muito.
Assim, um monte.
Mas de longe.
A última temporada de D. Rosana aqui em casa deixou isso muito claro.

Eu amo ligar, bater papo, fofocar.E eu faço isso sempre. Muito mais do que quem ama a mãe de perto.
Amo ir ao Correio, botar sedex, escrever cartinha. Com letras grandes, pra minha mãe cegueta poder enxergar.
Amo até ter que pagar tudo, pra que eu possa me sentir menos culpada pelo meu amor de longe.

Minha mãe de perto irrita. E me dá vontade de sair correndo. E de chorar. E de gritar. Que eu queria outra mãe. Pra ter dividido um monte de coisa que eu contei pras tias. As mães das minhas amigas. Mas as minhas amigas nunca contaram nada pra minha mãe. Elas tinham as delas. Só eu é que não tinha a minha.

Eu amo a minha mãe de longe, mas não sei explicar. Nem pra ela, nem pra ninguém, nem pra mim mesma.
Meu amor tem cheiro de mentira.
Quem ama quer tá perto, tá junto, quer dividir.
Eu não.
Eu quero mamãe longe.
Pra manter a calma. O sereno.

É que de longe eu posso criar diálogos imaginários, posso montar a mãe que eu quero.
De perto não dá.
Ela chora, dramatiza, espera que eu tenha cinco anos.
Quer que o tempo volte, e como ele não cede ela se perde.

Dia desses resolvi contar tudo isso.
Esperei o grande drama do século.
Mas não.
Ela simplesmente falou que eu sou esquisita mesmo. Que o problema deve ser meu pai. Claro.
E emendou o assunto, perguntando quando é que eu vou pra lá. Por que ela acha que quebrou o aparelho de medir glicose que eu dei.

Mamãe é realmente imprevisível.
Mas eu amo.
De longe.







segunda-feira, 12 de abril de 2010

Meus queridos milhares e milhões de leitores. Sim, por que o contador está com defeito. Só pode. Eu prefiro dormir acreditando que meu blog é pop na internet. Fenômeno. Devo dizer a vocês que estou tirando carta de moto. Sim, e o velhinho que me dá aula bota defeito em todo circuito.

Uma hora ele sisma que eu deixo a mão no manete antes de colocar a segunda, perto da reta. É, é, aquela que você tem que andar em cima, retinho. E eñtão quando eu não coloco a mão na droga do manete aí ele reclama que a aceleração tá pouca.

Depois ele diz que coloquei a seta antes de terminar o suposto ponto onde ficará o examinador (ele me pede toda aula pra imaginar um examinador num lugar x). Vou de novo, coloco a seta depois, e adivinha? Ele diz que devia ter colocado antes. Hoje tomei coragem e perguntei se há um local imaginário pra seta também. Ele me ignorou.

A última dele foi dizer que eu não devia acelerar na curva, mesmo a curva tem uma leve inclinação (leia-se subida). Lá vou seguir os ensinamentos do seu João. Não preciso nem dizer que a moto morreu. Ele veio e disse que tenho que acelerar, mas pouquinho sabe? Pois é.

Como e sou uma pessoa muito paciente e tolerante creio que até a 10ª aula eu consiga não mandá-lo pra puta que pariu. Ele e o examinador. O imaginário, claro. Melhor. Ele, o examinador imaginário e o ponto cedo-surdo-mudo da seta.

E tenho dito.


quarta-feira, 7 de abril de 2010



Três bons motivos para não trocar a resistência do chuveiro.

pré scriptum: Fiz questão de ressaltar que é do chuveiro por que nenhuma mulher bem resolvida do século XXI tem obrigação de saber.

motivo 1: É a única ocasião em que você exercita todo seu talento pra cantar (e interpretar) as músicas do Fagner, do Fábio Júnior e do Wando. Sim, eu gosto de todos eles e acho fundamental música brega para aquecer um banho gelado.

motivo 2: Se você não costuma alongar direitinho que nem a tia da academia manda, eis a solução. É impossível não pular, se chacoalhar e se contocer, na tentativa (sempre em vão) de não molhar suas costas. Se você, mulher bem resolvida e pagadora de suas contas,  tem um chuveiro queimado em casa sabe exatamente do que eu tô falando. Bom, na verdade você só não sabe mesmo como consertar.

motivo 3: É a unica situação em que você compra alguma coisa (no meu caso foi uma amiga), não usa, e não se sente absolutamente nadinha culpada.


quarta-feira, 31 de março de 2010

Minha mãe disse que eu sou o equilíbrio e o descontrole em forma de gente.
Odeio praga materna.
Gostar de gente dá muito trabalho. Você vai lá, investe tempo, dinheiro, paciência. Liga mesmo sem ter tempo, sorri às vezes sem vontade por que faz parte. Escuta, escuta e escuta. Vez ou outra topa algum programa idiota, só pra não dizer não mais uma vez. Fala da sua vida, se importa. E importar-se com alguém além de nós é sempre difícil. O ser humano é egoísta. Eu também sou.
Você faz tudo isso e pra que?
De repente essa gente toda surta. É, assim, do nada. Alguns surtam por que você namora, outros por que trabalha demais. Tem alguns até que surtam por que você sorri. Por que você chora. Por que você gosta mais da sua cachorra. por que você não bebe, não fuma, não cheira. Sei lá. Essa gente toda que você investiu alguma coisa simplesmente enlouquece mais que o limite do socialmente aceitável.
Eu sempre prefeiri não gostar. Eu não gosto de quase ninguém.
Gostar dá um trabalho do cacete e quase nunca vale a pena.
Não tenho orkut, face sei lá o que, twitter, rede de relacionamentos me irritam. Eu sou chata. Mas o mundo é mais.
Eu quase não tenho tempo pra ver minha amiga, que trabalha aqui pertinho de casa, imagina responder recado de alguém que eu nem lembro o sobrenome, mas se diz meu amigo por que estudamos juntos na 4ª série...
Não, não. Eu sou chata, velha e ranzinza. Mas ando mais tolerante. Treinando horrores pra. Essa chatice toda fica em linhas, aqui no blog, para vocês meus milhares de leitores.
Talvez eu escreva um best seller, falando do meu pânico de gente. E do buraco que eu vejo em quase todo trausente.
Eu morro de medo de buracos.

segunda-feira, 29 de março de 2010

15 anos.

Quando eu tinha quinze anos jurava que meu primeiro porre viria antes dos dezoito. Não veio.

Jurava que tomaria uísque, num copo sem gelo. Todo final de tarde. Que pintaria as unhas do pé de vermelho. Com o copo de uísque na mão. Entre meus dedos dos pé teria aquele negócio amarelo, pra separar. Aquele que a Cláudia Raia usou numa novela brega qualquer. Mas aos 25 eu não gosto de uísque. Nem de esmalte vermelho. Então a utopia de pintar a unha do pé com uma mão e beber uísque sem gelo com a outra, numa sala colorida ao som de Elis Regina morreu.

Aos quinze eu também achava que ia me formar em Veterinária.
Mas eu fiz direito.
Aos quinze eu tinha certeza que minha mãe me enlouqueceria.
Bom, eu tava certa.
Aos quinze eu odiava meu pai. Eu e todo meu ódio adolescente.
Hoje eu amo. Sem reticências, sem interrogações. Sem tantos por quês.
Aos quase quinze eu planejei muito a tal festa de debutante. Escolhi mentalmente docinhos, a roupa, quem eu convidaria, quem não iria de jeito nenhum (e quando se é adolescente há sempre duas listas - a de quem vai e a de quem não vai. Hoje eu não faria por preguiça). Pois é. Escolhi e planejei tudo. Tim tim por tim tim. Ai papai me deu uns dinheiros, que eu nem lembro bem quanto.
Torrei todo o meu planejamento festivo e festeiro num tal de elisbelt da Feiticeira. Sim sim. Aquela mesma. A do Hulk. Do H. Queria ficar gostosona e fisgar o Thiaguinho pagodeiro da 8ª série. O negócio era uma fortuna, vendido nesses canais de baboseiras.
Ao contrário do previsto, além de perder minha festa incrível não fiquei com o corpo de odalisca da Sra. Joana, hoje evangélica. Também não arrebatei o coração do Thiaguinho pagodeiro, que a essa altura já estava com uma peituda do 2ª ano. Graças a Deus.
Tem coisas que a gente só faz aos 15. Ou quase quinze.
Definitivamente.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Tolerância (in-in-in)

Eu juro pela minha mãe mortinha que tenho tentado ser mais tolerante nesse mundão de meu Deus.
E olha, se eu jurei pela minha mãe mortinha pode acreditar que é sério.
Mas aí o estagiário chega atrasado em plena quarta-feira. Puta que me pariu! E eu avisei umas trocentas vezes que hoje meu chefe estaria no escritório. Vamos lá Samantha, concentra, exercita a tolerância.
Tudo bem se ele entra meio dia (MEIO DIA!!!!), 40 minutos é bobagem.
Tolerância. Tolerância. Tolerância.
Pronto. Passou.
Mas aí a mulher do distribuidor do fórum trabalhista que jura que é minha amiga de infância pergunta da Jad. E eu nem sei como ela sabe da Jad. Eu falei, ou não falei. Talvez ela seja bruxa. Tem cara e cabelo de. Pois é. Me pergunta. E eu queria que ninguém nunca mais no mundo todo me perguntasse dela. Queria ficar quietinha. Só eu e toda a minha dor de quem perdeu uma cachorra que sorria e que dormia e que virara de barriga pra cima só pra mim. Mas ela perguntou. Preciso dizer alguma coisa. Então falo que ela tá bem. Não importa que ela tenha morrido. Não quero falar nisso e ponto. Ela insiste. Quer sabe bem como. Então além de ressucitar a cachorra eu encerro a conversa dizendo que a Jad já tá tão boa que voltou a andar na rua. É tudo mentira, eu sei. Mas eu não quero falar nisso. Não quero que ninguém nunca mais no mundo me pergunte da minha cachorra. Quero ficar só eu e a minha dor. Só eu, ela e o sorriso sem dente que ela tinha.
Tolerância. Tolerância. Tolerância.
Mas aí eu fico 1:40h na fila do banco e o cidadão (vulgo bancário) ainda me oferece um investimento quando eu ia sacar o alvará. Se não fosse hoje, um dia que eu resolvi ser metodicamente tolerante, eu teria feito um puta discurso apaixonado sobre venda casada, código de defesa do consumidor e capitalismo. Calma, vai que dá.
Só respiração não dá dando certo. Viver num mundo que ninguém respeita ninguém é froid.
Lembro do Gustavo. Penso que eu preciso ser um ser humano melhor. Lembro de mamãe. Que falava sempre e pra todo mundo que meu apelido era crica. Já sabe por que né? É sempre assim que ela diz.
Final do dia. Vamos lá. Hoje tolerei o universo insuportável de gente. E eu não gosto de gente. Mas eu disfarço muito bem. Eu quase não gosto de ninguém que as poucas pessoas que eu gosto dá pra dizer assim, num minuto só.
Eu sou mesmo ranzinza. Mas tô tentanto acreditar que a tolerância é prática. Uma hora eu acostumo. Deve ser assim.
Hoje eu sorri, fui educada, simpática e nem fiz cara de quem tava comendo jiló. Eu nunca comi jiló na verdade. Mas posso imaginar como é.
Hoje eu nem reclamei das gordas que atrapalham a aula de boxe ou das pivetas que vão lá pra azarar alunos da medicina. Hoje não. Hoje eu fiquei quieitinha. Batendo muito calma e tolerante mente no meu saco.
Hoje eu não fui tão intolerante. Eu acho.

quarta-feira, 17 de março de 2010

As vezes eu fico tão cansada, tão cansada, tão cansada, que até esqueço do resto todo.
Esqueço que tenho que colocar os remédios de mamãe no correio, por que senão a dor na perna piora. E tenho que colocar também os laudos, a carteira de trabalho e tenho que ligar no 135 e agendar a perícia lá, em Piracicaba. É , não posso esquecer de avisar a moça do 135 que é perícia em trânsito. Preciso lembrar e lembrar e lembrar. É, não posso esquecer. Não posso. Preciso perguntar pra mamãe se o psiquiatra escreveu as coisas que eu deixei anotadas, no laudo, pro médico que a moça do 135 vai marcar.
Mas é que eu ando cansada. Não ando. Só cansada. E então não posso esquecer que a cachorra quase cadeirante amor da minha vida toda toma seis remédios. Tem dois de oito em oito. Não posso esquecer de colocar o relógio pra despertar as duas. Não posso, não posso e não posso. Esquecer de nada. Lembrar de tudo. E sempre e sempre e sempre. Sexta tem consulta. E choro. Eu choro e choro e choro. Dói. A veterinária fala coisas que eu finjo que não entendo. E atendo o celular, e falo com todo meu advogadês lindo. Mas é fuga. Só fuga. Eu fujo por que não quero saber daquilo tudo que ela fala. Mas eu sei. E ai dói. E então eu volto pro celular, pra algum cliente, pra algum agravo, pra qualquer recurso. É, não posso esquecer. Sexta tem consulta. As oito. No morro. Mas eu nem tenho mais medo de subir de moto no morro. Já sei subir. Eu e o amor da minha vida toda. Minha cadela que não anda.
Cansada. Eu ando. Não. Não ando. Só cansada mesmo. Sem verbos e movimentos. Cadê o cartão ponto do processo do seu João? Tá, tudo bem, não tem. Qual é a proposta então? Tá, não tem também. As vezes eu esqueço que trabalho para empresas. E elas nunca tem nada, nunca sabem de nada. Não, não seu João. Não esqueci do Senhor. Mas eu esqueço de tudo. Mas do sr. eu não esqueci. Nem do remédio da minha mãe pelo sedex. Nem da consulta da Jade, na sexta. No morro. Pois é seu João. A empresa não tem proposta. É, eu sei. Eles nunca tem. Não seu João, não posso ligar pro sr. É falta de ética. Só seu advogado pode. Eu sou advogada da empresa seu João. É eu entendo. Tá certo. Na verdade eu não entendo nada, só disse que entendia por que tô cansada. E amanhã terei esquecido de vc por que preciso lembrar do sedex da minha mãe e da consulta da Jad as 8 no morro que não tenho mais medo.
Oi amor. Foi bom. A Jade tá bem. Tá indo. Tô com saudade. A fatura do cartão. O demonstrativo da sua mãe. Não, não posso esquecer. Tirar dinheiro amanhã. Buscar o documento também. E não pode ser em horário de almoço. Por que tá fechado. Eu lembro, eu sempre lembro de coisas pra você. Levar as roupas velhas e cobertores e coisas e tudo pra doar. O sofá aqui da sala não me deixa esquecer. Sim, vamos colocar no porta malas. Levamos tudo. É, fica lá mesmo. Não, não posso esquecer. O sofá, as roupas, as cobertas e meu frio. É, tenho que lembrar de comprar lençol. Não tenho mais lençol. Tem feito frio. E comprar meias. Preciso de meias novas. E uma havaiana. Que a minha eu perdi. Não, não esqueci dela. Só perdi. E perder é melhor do que esquecer. Perder é desculpável. Esquecer não. Não lembrar não. Eu sou chata, velha e perfeccionista. Tenho que lembrar de tudo sempre. Mas é que eu ando cansada. Não. Andar é verbo e movimento. Eu prefiro calmaria.Coisa de gente cansada. mas não tanto. Ainda sobra tempo pra ser feliz.
Amanhã eu preciso lembrar só de duas coisas: Comprar um caixa bem grande de sucrilhos e colocar o pacote na bolsa e comer escondida durante todo meu dia. Mesmo que pareça coisa de maluca. Mesmo que eu tenha plena certeza que estou pesando 415 kilos a mais por isso. Não tem importância. Será que cabe na bolsa? Se não couber eu troco. Não tem importância também. Só quero o sucrilhos lá. Por que ele tem o efeito do celular no meio da consulta. Felicidade sem anfetamina.
A outra coisa eu esqueci. Mas amanhã eu lembro. Tenho que lembrar. Não posso esquecer. Nem que eu lembre, anote e perca o papel. Por que perder eu posso. Esquecer é que não.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Dislexia

Eu comprei uma calcinha de bolinhas. Acho que todo mundo nesse mundão de meu deus merece uma calcinha de bolinhas. *** Essa semana fiz uma audiência com o advogado bam bam bam do pedaço. Contraditei uma testemunha dele. (ho ho ho ho) Tô mais feliz que pinto no lixo. *** Minha TPM voltou. Veja bem. Fazia tempos que eu não me sentia tããããããão , tãããããão, tããããão digamos, alterada. Não me controlei e chamei umas duas barbeiras de "barbeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiras" no trânsito. Preciso tirar a carta logo. ***

terça-feira, 2 de março de 2010

Tô aceitando doação de ração light, papinha (para filhotes), ossos do tipo pequeno, fortekor, polaramine, artrim, furosemida (sim, os últimos quatro são remédios), uma caminha nova, shampoo para pelos claros, condicionador (de preferência com cheiro de morango da PetStar), entre outros.
Enfim, se você se sensibilizou com uma pobre mãe de duas cadelas idosas, mas não tem nada disso no seu lar doce lar, aceito dinheiro também. Manda e-mail que eu informo a conta do Bradesco.
Ó vida.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Campanha: Braços abertos em Buenos Aires!

Grude e e e e
Eu podia jurar que só tinha tirado uma foto de braço aberto...
é isso.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Alguém viu minha criatividade por ai?
Socorro!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Peneeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeelope, sai daí agora!!!!!!!
( e ela continua fazendo xixi no boxe, tranquilamente).
E eu ainda me comovo com a minha psicologia canina.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Meu herói meu bandido.

Hoje ele ligou pra dizer que me amava. E ao invés daquele "eu também" que soa como um "pode colocar as minhas moedas na caixinha para as crianças com câncer", que a gente diz pra moça da farmácia, só pra não deixar sem resposta, aquilo que ecoa, ali, eu disse em alto e bom tom "Eu também te amo um monte". Sem pensar nas brigas, nas escolhas erradas, na doença da minha mãe, que todo mundo jura que é culpa dele, eu jurava que era culpa dela, mas agora acho que não é culpa de ninguém.
Eu disse eu te amo um monte pra alguém que eu jurei aos prantos que nunca mais olharia na cara. Pra alguém que me fez perder tantas noites de sono, por que a minha mãe não conseguia dormir de saudade. Pra alguém que eu já até pensei em roubar um fio de cabelo escondido, guardar dinheiro pra um exame de DNA e poder provar (só pra ele) que eu não tinha aquele gene.
E então ele me disse pra ser mais feliz que ele.
E eu mudei de assunto. Falei da viagem de Buenos Aires. Não quero meu pai triste.
É, eu não quero você triste, mesmo que eu tenha jurado por anos que seria muito justo você passar pela dor de mamãe.
Hoje eu só quero que meus filhos me amem do jeito que eu aprendi a amar vocês.
Minha mãe com todas as internações, e dramas, e tentativas de suicídio e porres e choros.
Meu pai com toda a ausência, a falta de presença, a insensibilidade.
Hoje eu amo.
Sem reticência.
Sem ponto de interrogação.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A verdade do amor (uma das)

Não sobra espaço pra muita coisa quando você ama alguém. Mas não vale aquele amorzinho barato, de gente que não ouve "eu te amo" há tempos e passa a jurar amor eterno pra qualquer desconhecido que conheça a sua mãe. Não, não.
Eu falo de cumplicidade, intimidade, infinidade.
Falo de sorriso besta, de mão boba e de rima fácil.
Não havia quem me fizesse acreditar que o amor chegaria antes dos 38. E quando chegasse eu estaria tão acostumada a viver sem ele que não ia querer mais. A gente se acostuma com a falta e depois a presença incomoda. E incomoda e grita e arde e dói. E machuca. E aí perde a força e então emudece. É assim com quase tudo.
Agora só falo de filhos, de casa, de varanda gourmet e vivo espalhando minha felicidade por aí.
E eu nem tenho trinta.
Feliz 2010.