terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Oi, quer trepar?

Meu querido diário:

Hoje foi meu primeiro dia de moto.
Quase atropelei um ônibus. Se não fosse a cara de pânico das velhinhas, eu poderia jurar que nenm estava tão perto. Pode?
O vizinho de uma amiga me ajudou a colocar a trava. Na verdade rolou uma pequena dificuldade em achar o "freio de disco". Obrigada meu Deus por existirem pessoas com tão vastos conhecimento em motos e dispostos a ajudar desconhecidas.
Os taxistas me olha de maneira engraçada. Acho que é por que ocorre um pequeno desiquilíbrio no processo "sinalfechadohoradepararamoto"
Uma mulher me mandou ir pro tanque.
Mandei ela tomar no cú.
E emendei um "vaca".
Justo.
Terminei quebrando o pau na auto escola. Não quero fazer 20 aulas pra tirar carta de moto.
Foda-se a lei nova.

sábado, 27 de dezembro de 2008

E eu corro, corro e corro.

Me deixa aqui.
Quietinha.
Não coloca a camisa combinando com meu vestido.
Verde.
Tudo muito verde.
Desse jeito é inevitável pensar num sexo tântrico.
Assim.
Com a camisa e o vestido aos pés da cama.
Me deixa aqui.
Quietinha.
Não me pergunta como eu tô.
Não pergunta se a Jad tá melhor.
Tá todo mundo ótimo aqui.
Você não está vendo?
Me deixa aqui.
Quietinha.
Sem entrelinhas.
Sem silêncios.
Sem abismos.
Sem o amor maior do mundo.
Me deixa aqui.
Quietinha.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Amor e ódio.

A minha relação de amor e ódio como meu pai não é de hoje. Quase todos os dias da minha vida eu o odeio. Por tudo que ele me fez, não fez, por tudo que fez com a minha mãe, por tudo. E esse tudo é muita coisa. É coisa pra caralho que de tão grande e estática nem incomoda mais.
Mas é meu pai a única pessoa no mundo capaz de me surpreender. não por atitudes cretinas, isso muita gente faz, mas por que é justamente ele que me apóia quando ninguém mais o faria.
Há uns 5 anos, quando eu completei 18, comprei um carro. Eu sequer tinha carta. O bicho ficou na garagem uns dias até eu terminar a auto escola. Meu pai não só apoiou contra toda pressão familiar de um financiamento (parcelas de R$576,00) em tenra idade, como me disse, no meu primeiro dia com o carro "Vai, sobe, uma hora você vai ter que pegar estrada mesmo". Minha mãe pirou. Na época eu morava com ela. "Como tu pode apoiar uma sandice dessa?" Ele ignorou e simplesmente disse que eu iria com ou sem apoio. Tava certo. E com apoio foi muito melhor.
Hoje, com 23 , comprei uma moto e adivinha? Não tenho carta. E dessa vez nem sei onde posso comprar uma. (Confesso que a do carro foi comprada, honrando o titulo de legítima brasileira).
Liguei pra quem? Pro meu pai. Meu ódio e amor eterno. Como não podia deixar de ser, ele me surpreendeu. Achei que ele ia criticar por que não terminei de pagar a pós, por que não tenho carta e por outros tantos motivos que só pais e mães sabem achar. Mas não.
****
- Ô pai, tenho que ir na Renata buscar a moto, os documentos e o carnê na segunda.
-Que legal filha, então essa semana vai tá motorizada hein?
-Mas pai, sabe que que é...É lá em PG, tenho medo de pegar aquela ponte sozinha...Vamo comigo? Aí tu podia voltar dirigindo...
-Claro.
-E me ensinar a dirigir...
-Isso é mole, tu anda bem de bicicleta não?
-Aham. Só vou andar na cidade, enquanto não tirar a carta (fudeu! Agora ele infarta)
-Isso é o de menos. Tu tira rapidinho. Amanhã a gente se fala então.
-Entao tá pai. Se der, dá um pulo na auto escola e vê quanto é pra tranferir minha CNH pra cá.
-Tá bom. Beijo, Fica com Deus.
-Beijo Pai, amém.

Ferro- A odisséia.

Pode chamar de relaxo, esquisitise ou qualquer outro adjetivo. O fato é que eu não tenho ferro de passar, muito embora eu tenha uma tábua colorida lindérrima que minha mãe trouxe sei lá de onde.
Em 2.008 era meta, mas sabe-se lá por que eu não consegui comprar um eletrodoméstico de R$45,00. Nem tendo cartão de crédito, cheque, nome limpo, nada. Simplesmente alguma força superior me impediu de ter um ferro e eu respeito forças superiores. Entrei em lojas, recebi e-mails com promoção de ferros (pasmem!) e nada. Nada, nada e nada. Há anos não tenho ferro de passar e justamente quando resolvo que quero um, colocando como meta do ano (!!!) ele simplesmente não acontece.
Ocorre que ontem resolvi comprar um pela internet. Não confio em vendas desse gênero e confesso que até então ainda não tinha me rendido ao virtual.
Pois bem. Entrei no site do Extra, escolhi um modelo bacana, vi a voltagem, passei os dados do cartão, fiz um cadastro simples e pronto! Compra efetuada. Bastava aguardar a liberação da operadora do cartão de crédito.
Óbvio que minha descrença começou a berrar, escandalizada.
Ai Samantha, como tu é idiota, logo tu! Que já processou tanta empresa, que processará outras tantas quando a preguiça permitir, resolveu comprar pela internet! E ainda no Extra! Pode?
Acredite, no dia seguinte veio um e-mail com a aprovação da operadora. Hoje veio outro. Uma espécie de rastreador, pois a mercadoria já está no depósito e eu só consigo pensar: Maldita eficiência, o ferro vai chegar ainda em 2.008!
Não, não. Agora eu não quero. Ele já era meta de 2.009 e portanto só posso recebo a partir de 1º de janeiro.
Já avisei o Zé da portaria.
Só me entrega ano que vem, faz favor!
...Mas dona Samantha, todo mundo pede pra entregar logo quando chega essas coisa....
Não Zé. Sério. Quando ele chegar deixa ele na portaria, quietinho, com um recado bem grande de"NÃO ENTREGUE ANTES DE JANEIRO". Se a portuguesa filha da puta (vulgo síndica) reclamar, diga que mandei ela à merda.
Tá, tudo bem, você não pode mandá-la à merda, mas avisa que antes de Janeiro não recebo.
Posso até tomar multa por descumprir a 1265544895322265478 cláusula de um regulamento que nunca vi, onde se lê "proibido deixar pertences na portaria na virada do ano", mas que não vou quebrar uma meta, ah não vou. Não mesmo.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Amor da minha vida toda!

Um tem 13 anos, é cardíaca e obesa. Gasto horrores com ração pra cães gordos e remédios pro coração. A outra tem 10 anos, é ciumenta e ranzinza. Adora fazer xixi em tapetes limpos.
Minha casa é um festival de pêlos, racão e ossos. Mas eu amo. Amo tanto que não cabe em mim.
Obrigada por me aturarem mais um ano. É por isso que tenho duas. Uma só não daria conta. Será que devo aplicar a mesma teoria a homens? Será?
Que o papai noel me traga tudo que eu pedi e aquilo que eu esquecer tbm.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Aproveitando o espírito natalino que assola a nação, Madonna resolveu comer Jesus.
E viva a popstar!
Eu precisava fazer a piadinha infame. Foi mais forte do que eu.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

ele vem.
eu como.
ele vai.
eu durmo.

Entre lençóis.

Só vale pela bunda do Gianechinni. E que bunda.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Samantha, por que as letras no teu blog, são sempre tão grandes? É uma espécie de deficit emocional pra chamar atenção? Psicologia invertida?
Não, não, eu sou míope mesmo.
Ah tá.

Mais uma vez no cú do povo.

Toda vez que eu falo que o governo é ditador, meu pai me chama de comunista. Berra a plenos pulmões que não merece uma filha assim. Minha mãe que não entende nada, só agradece por eu não ter nascido no tempo dos militares. Valha me Deus, ela teria sido morta! E olha, que nem parece que um mora no Paraná e o outro em São Paulo. Eles falam como se eu fosse a filhinha que mora no quarto ao lado da suite deles.
Quando veio a Nota Fiscal Paulista eu disse. Não dou meu CFP porra nenhuma. Os filhos da puta não vão saber onde é gasto meu rico dinheirinho. Mas o povo é burro. Se vende por sorteio de DVD barato, daqueles que se compra por 100 mango na Bahia. Foda-se. Que agonizem todos na malha fina!
E agora senhores, agora veio o pior golpe. Putaria legitimada. Ditadura democratizada. Você tem direito de escolher os ditadores não? Pelo menos ao que parece. Eles terão acesso pleno, integral e irrestrito a sua conta bancária. Sem precisar de quebra de sigilo judicial, nem justificativa, nem nada. Tudo em prol dos cofres públicos. A INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB 878 de 15/10/2008 garante isso. Foi aprovada na surdina. Como tudo que é de interesse estatal. Pra que publicidade no país do Carnaval?
Mas fique calmo, o povo (sempre ele), ganhou um presente aham? Leão bonzinho, veja só, em 2008 já não é mais preciso fazer a declaração anual de isento. E quem é que declara que não tem porra nenhuma? A maior parte do eleitorado. A massa. Que fica feliz com Nota Fiscal Paulista e acredita que dimnuiram a burocracia cancelando a declaração de isento.
Pra que declarar tudo que eles sempre souberam, mas agora tem legimitimidade (leia-se instrução normativa RFB 878) pra saber?

Meu Cadillac bi bi!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Será que eu nao vou pro céu?

O moço, deixa eu entrar só pra pegar um leite vai?
Desculpa, mas não posso, já deu 11 horas.
Ah, mas eu sou cliente moço, moro aqui no Ipê, do ladinho do mercado, poxa....
Ce sabe como é, se eu deixar você entrar, alguém vê, quer entrar tbm, ai me complica.
Mas não tem ninguém, eu entro rapidinho.
Não vai dar mesmo, desculpa.
Poxa moço, eu tenho filho pequeno, o leite é pra ele.
Ah, por que não falou antes? Tbm tenho, sei como é. Entra.
Valeu.
****
Não vou dizer que não bateu um peso na consciência, mas eu tava louca pra tomar toddy quente batido no liquidificador. Eu realmente não presto.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O Blog novo é fruto da arte e da santa paciência do Fernando.
Não adianta pedir.
Não passo o contato não.
Você volta mais uma vez. Dentre as tantas que voltará. Me assombra. É teu fetiche. Só pode.
Coloco minha melhor cara de mulher bem resolvida e ignoro o fato de termos terminado um namoro de 2 anos e pouco por e-mail. Tudo bem. Confesso. Fui eu quem terminou. Mas você não gritava. E eu? Ah meu bem, eu contava com teu desespero, com flores e amor no domingo pela manhã.
Mas só veio o silêncio. E o caos. E eu fiquei mais perdida do que sempre fui. Por que eu te amo. E eu te amo tanto que me perco. Amo mesmo contrariando as previsões familiares, sociais e astrológicas. Te amo. Mas eu não sei. Me incomoda. Gostar muito de qualquer coisa que não seja eu. Que não obedeça minha razão ilógica, minha ditadura democrática. Tá feliz? Pois é, eu não. Por que eu te amo. Tanto quanto você lê meu blog.
E então você volta assim. E com presente de Natal. Nós falamos das tuas comidas esporádicas, da minha falta de homem. A culpa é tua. É praga tua. Eu digo e você ri. Eu digo até que procuro um namorado, que ano que vem me mudo pro Paraná ou quem sabe pra Marte. É medo. Só medo. De ter tanto medo assim de você. Você tá feio, engordou, voltar a fumar. Mas mesmo assim me incomoda. Tem tanta gente mais interessante no mundo, mas eu só me interesso por você. E você, você ainda me compra presentes. Tudo que eu queria era que você nunca mais me desse coisa alguma. Mas quando tu fizer isso eu enlouqueço.
Reclamo do teu cabelo grande, do teu carro sempre sujo, da música alta. Você ri. Eu quase me descabelando pra manter a pose de mulher bem resolvida, interessante e gostosa pra caralho e pra que? Você sabe que tudo que eu queria era gritar.
Que dói.
Que tô magoada.
Que odeio você.
Pra sempre.
Mas não.
Você ri.
Acha graça de tudo.
Fala que eu nao devia emprestar cheques pro meu pai. Que graças a Deus minha mãe tá longe e que eu tô magra demais. Que eu devia comer melhor e todo aquele bla bla blá.
A única coisa que eu queria comer era você.
Mas você engorda e eu não quero sair do 38.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

qualquer lá que não seja aqui.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Lido e indicado:
A mãe de Freud- Veríssimo.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Uma defesa preliminar em um processo-crime por uso de intorpecente(leia-se: meio baseado. Pode acreditar. Tem mais de 100 fls.)
Uma réplica em um processo de cobrança contra um escritório que afana pessoas de parcas condições financeiras (leia-se: advogado rico e filho da puta rouba cliente fudido)
Uma inicial contra o Santander, por conseguir transformar uma dívida de R$800,00 em R$11.000,00 em apenas alguns meses(Devia processar ou denunciar à Confederação Nacional dos Mágicos, por exercício indevido da profissão?)
E isso foi só meu domingo Senhor.

sábado, 13 de dezembro de 2008

É só um aperto
Uma dor
Um vazio
É só você
Me esmurrando
Por dentro.
Tentando sair de um peito
Que não é mais teu.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Por que eu sinto menos sua falta quando estou sem você.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Gordas e mal-amadas.

Acho que eu sou a única criatura no universo que (ainda) se indigna com as revistas nacionais de cultura cotidiana. Todas, TOOOOOOOOOOOOOOOODAS sem exceção são escritas pra mulheres gordas e mal amadas. Uma após a outra prometem regimes revolucionários, para perder 317 kilos, até o ano novo, isso comendo hamburguer e sem ginástica ou então a dieta da lua vazia, da banana, do requeijão, da puta que pariu.
Veja só você gordinha, inventaram a fantástica dieta do milk shake e olha só! A barriga da capa é da Solange Frazão, que assumiu publicamente, pra quem quisesse ouvir, só comer talos de acelga. Mas quem é que se importa não é?. Gordas são surdas, só pode. Ou o que é pior, são burras mesmo.
Como é que essas revistas sobrevivem meu Deus! Um monte de gorda maluca que toma milk shake o dia todo na esperança insana de ficar com a barriga igual a da Solange Frazão? Será?
E olha, antem que me queimem em praça pública, dizendo que eu sou contra gordas, devo confessar algo que , se for contado pra qualquer pessoa, evidentemente eu desmentirei: JÁ FUI GORDA! Daquelas que sempre são escolhidas por último no futebol do colégio sabe? Um terror. Fiquei magra com muito boxe, muita corrida na praia e fechando a boca.
Meu corpo de magra e cérebro de gorda não tem absolutamente nada contra pessoas acima do peso, minha revolta (dentre tantas) é contra gente burra e sem bom senso que estimula a indústria do banal, do ócio, da bocilidade.
Pior, quando as manchetes não prometem magreza instântanea sem esforço, fazem algo mais repugnante, oferecem o príncipe encantado, e ele vem numa Mercedes 2009.
Pode reparar, não estou tão louca assim. Tem simpatia, mandiga, depoimento de mulheres que conquistaram o chefe casado, que traíram o marido com o padeiro, que viraram putas e fizeram do sexo ofício. Tem de tudo e pra todos os gostos. Então além de gorda, escrevem pra mal amadas também. Veja só quanta generosidade! Pra quem tem certeza que meu príncipe vem a 5km/h num cavalo manco não consigo me solidarizar com redatoras e editoras e escritoras e fotógrafas tão, tão, tão, hum, ah, é, digamos, criativas!
Aposto que enquanto você, mulher, gasta seu rico dinheirinho com a utopia que te venderam, elas compram silicone, barrigas lipoaspiradas e homens. Sim, já vendem no supermercado sabia?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fechem tudo que for 24 horas.

Detesto coisas que ficam abertas 24 horas.
Sério.
Se não for comida, acho que absolutamente nada devia ficar aberto pra sempre. É uma heresia.
Já reparou que você sempre resolve comprar coisas que não resolveria comprar justamente por que sabe que ali, logo ali do lado, tem algum lugar aberto? Vendendo de chocolate à desinfetante pra xixi de cachorro?
Um inferno.
Pessoas como eu, passionais e incoerentes, sempre resolvem que podem morrer se não comprarem um ferro de passar( produto que, diga-se de passagem eu sempre vivi sem) as 4 da matina.
Não dá pra viver assim. Fechem tudo, tudo tudo. Inclusive as borracharias. Eu não tenho mais carro.

domingo, 7 de dezembro de 2008

É só um vazio. Vazio inteiro. Metade de vazio. Consome, arde, grita, explode. E mesmo com tanto movimento não se preenche. Permaneço como se nunca tivesse existido sentimento aqui. Não sinto. Mas sinto tudo demais. Não choro. Mas vivo aos prantos. Já pus placa de "vende-se". Ninguém comprou. Mudei para " aluga-se". Talvez fosse mais fácil. Ninguém alugou. Agora aqui só tem um "DOA-SE". E mesmo assim. Ninguém aceita. Todos os contratos dizem a mesma coisa. A mesma língua inaudível. E eu não consigo interpretar. Eu sou vazia. Transbordo. O que ninguém compra. O que ninguém aluga. O que ninguém aceita em doação.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Del vale de uva, certezas e riscos.

Tocava qualquer coisa bem baixinho, do Caetano, no som que tinha na sala. Ele fez questão de deixar tudo na penumbra. Era preciso clima de despedida, de merda, de fossa, tudo junto. Ele queria mesmo torturá-la. Era preciso, mais, era vital. Ele e ela sabiam.
Ela tinha aceitado a guerra medieval. Queria terminar com aquela porra toda com o mínimo de dignidade, se é que isso era possível.
No elevador foi pensando se deviar ficar muda enquanto ele a acusava de ser leviana, irresponsável, imatura e aquele monte de adejetivos que ele gosta de usar, que o faz parecer um homem de 40 anos. Pensou também em falar a merda toda, dizer que não queria mais, que tava sufocada, que não dava, que ele era somente mais uma das metades, entre tantas. Por fim, pouco antes de tocar a campainha do hall, pensou em dizer que estava confusa. Alguma amiga tinha dito dia desses algo do gênero , pra alguém, em situação parecida, e tinha funcionado, se ela bem se lembrava, mas não havia tanta certeza assim sobre isso.
Foi desse jeito que entrou no apartamento. Indecisa, confusa, vestido preto curto, cabelo dessarumado e sem calcinha, como ele gostava. Afinal , uma transa, aquela altura, podia ser o gran finale ou então um tiro de misericóridia. Ela não queria arriscar.
Essa era a única certeza. Não queria mais arriscar porra nenhuma. Que se danasse ele, os sentimentos dele e todo o resto. Ela só tinha ido mesmo pra tal conversa, por que seu passado remota de boa menina a torturava e a moça do caixa do supermercado havia dito categoricamente que ele merecia ser ouvido.
Jamais contrarie as previsões , conselhoe e mandingas de moças do caixa do supermercado. É sério.
Tinha qualquer coisa no forno. Duas garrafas de vinho vazias, no canto do sofá. Ele fez questão de deixar ali, justificariam uma provável atitude idiota da parte dele.
Frisou que esqueceu de comprar o del vale de uva, mas que tinha água, já que ela não bebia. O tom de crítica era evidente. Será que ele acreditava que, caso ela tomasse alguns porres no final de semana, a relação poderia ter sido salva?
Não se sabe.
Ela ficou calada. Ele ficou mudo.
Transaram.
E transaram e transaram.
Sem palavras.
Só o vestido dela jogado no canto da sala, por cima das garrafas de vinho.
A cena era ridícula. Ela nua, de scarpin, olhando pela janela. Aquele silêncio era pior que toda a dúvida do elevador. Aquele silêncio era certeza. E ela não queria certeza, nem risco.
Ele acendeu um baseado, não se antes perguntar " Tu pode fazer o discurso de financiador de traficante depois?"
Mas ela não queria falar nada, só sair dali correndo e nunca mais voltar pro país, ou pelo menos não ter de olhar pra cara do porteiro, quando ele a visse saindo do carro dele.
Pois é, até o porteiro sabia que eles deviam se largar.
Maldita moça do mercado.
Ela sentiu sede.
Tinha del vale de uva na geladeira.
Del vale, riscos e certezas.

Acidez.

No MSN nosso de cada dia... - Por que tu me tirou dos links do blog? - Por que tu é chata. (Ela podia ter sido menos direta vá!) Na pós... -É, mulher nasceu mesmo pra esquentar barriga no fogão e esfriar no tanque. -E tu com esse pensamento, não demora muito a virar corno! (Pelo silêncio que tomou a sala, imagino que eu deva ter perdido um pouco a elegância ) No carro... -Se tu não tá dando pra ninguém e a gente já trepou tantas vezes, qual o problema em dar pra mim? -Tô com preguiça. (Intimidade é mesmo uma merda)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Por que eu vivo num país onde beber mais que 0,33 de álcool é crime, dá cadeia, nego perde o carro, toma multa. E mesmo assim a droga é lícita.
Mas se o mesmo nego for parado na blitz e tiver consumido 60 g de cocaína não dá nada não. Nadinha. No máximo uma advertência ridícula do juiz. Isso se ele for pego consumindo, claro. E, ainda assim, a droga é ilícita. Vai entender, depois eu que sou estranha.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ele me dá frio na barriga.
Ainda diz que tá louco pra me ver
Perdeu o pudor.
Mas não o afeto.
Eu juro que vou sumir.
Mas volto.
Por que se não quero ele, também não des-quero.
Eu grito, choro, esperneio e não raro fico muda.
Mas ele permanece lá, incólume e alheio a toda essa ventania que sucede a cá.
Interrompe meu discurso sobre cachorros de rua pra dizer que tá com sono.
Mas não vai dormir.
Então é a vez dele.
Me pergunta coisas de um passado remoto, distante, presente e eterno.
Eu olho, apática, como se não soubesse responder.
Mas eu sei.
Só não posso.
Dou vivas pelo subjetivismo, aprendido nos textos obscenos de Nelson.
Recuo com a porta escancarada.
Só pelo prazer de vê-lo procurar as entrelinhas de um texto não escrito.

Valores: será que o seu tá debaixo do meu tapete?

O cenário era o treino. De boxe. Por que academia dessas que a mulherada combina o tênis com o frufu do cabelo não tenho mais saco não. Ouvir tiozinho bombado falar da última balada então? Esquece. Juro que me dá náusea.
Disseram que ia ter uma festa. Eu, como todo ser anti social que se preze, saí do assunto, peguei minhas caneleiras e fui fazer glúteo, afinal, o mundo pode acabar, mas minha bunda estará dura, pode apostar que sim. E se for futilidade querer uma bunda dura, eu admito, sou fútil para caralho.
Mas o assunto volta. É o tipo de assunto que sempre volta. Falavam de datas, horários, pessoas, o que ia ter, não ter e todo aquele bla bla bla irritante pré festa. Odeio essas conversas. Alias eu odeio um monte de conversas, eu sou chata mesmo. Tão chata quanto fútil por que quero minha bunda dura sem ter que falar sobre festas. Não quero falar porra nenhuma e pronto. Decidi que ficaria alheia.
Mas um ser iluminado grita do outro lado: "Samantha, chega aê". Puta que pariu. Não dava nem pra fingir que eu não ouvi. E eu sou especialista pós graduada nisso. Só escuto quando quero, mas não tinha jeito. Fui lá ver o que eles queriam. Duas meninas falavam algo sobre "causar"..." beber", "mais vodka" e "tem que ir até o sol nascer". Dialeto que desconheço. Do outro lado era pior: "tem que trazer as amigas"..."pô, a Fulustreka tá namorando? Não tem problema não"..."Quem não aguenta, não entra" e outros do mesmo gênero.
Cara, como não ser e naõ estar e não permanecer solteira assim? Cadê as pessoas bacanas do mundo todo? Será que estão em festa, bebendo, cheirando, trepando e postando no you tube?
Longe de mim ser moralista, acho que todo cidadão tem o direito de fazer o que bem entende, principalmente se ele paga suas contas, mas me impor um estilo de vida, ainda que seja ele a nova onda mundial, tá longe meu bem, tá longe.
Não bebo, não fumo e não faço mais sexo casual. E isso tudo é um problema meu. Só meu.
É obvio que já fiz ( e faço muita merda), mas nunca levei como standart.
Entrei muda e saí calada.
Vou pra festa porra nenhuma.
Morro com o título de anti-social, antipática e todos os anti que quiserem me dar, mas submeter meu estômago a essa gente sem graça, vazia e com valores absolutamente deturpados não vai rolar. Não mesmo.