Toda vez que eu vou fazer exame de sangue eu rezo. Rezo muito, rezo pra cacete eu diria.
Hoje não foi diferente. Acordei antes das 6 (detalhe: o exame era às 8) fiquei inqueita, sem sono e como fome. Pra ajudar ainda não se pode comer por 12 horas. E sempre que você não pode comer a vizinha resolve achar pão de queijo cedinho cedinho. Uma coisa.
Pois bem, fui ao tal laboratório, sentei e voltei a rezar. Olha, eu não rezo à toa não. Se eu tô rezando pode apostar que a coisa tá feia mesmo. Eu sempre tenho a sensação de que eu vou desmair, não vão achar minha veia, vão me furar inteira, vai sair um monte de sangue. Sim, por que é trauma. Alguém disse que era (por que eu sou assim desde cotoca) e eu prefiro acreditar.
A moça me chama, demora uma vida pra fazer a ficha. A carteira do plano de saúde é de Curitiba...bla bla bla...tem mais de 10 solicitações e ela não acha o campo na guia on line (maldita tecnologia- é, eu também odeio a modernidade, inclusive este blog. Mas é assunto pra outro post)...bla bla bla...Qual a data de expedição do meu RG...bla bla bla.
Ela vai tagarelando, praguejando a vaca (eu deveria ter dito pobre) atendente da Unimed e eu rezendo. Rezando e tentanto não me perder na única oração que eu sei, o Pai Nosso. A cada pergunta dela eu me perdia, começava de novo. Então ela me dava uma coisa pra assinar, pronto, volto que estás no céu.
Me dá a moça um papel (o resultado sai na internet, coisa fina meu bem) e me pede pra esperar alguém chamar meu nome (a única coisa arcaica no super mega hiper moderno laboratório). Continuo rezando pra que dessa vez demore, ou então a moça que tira os angue passe mal e precise ir embora e não tenha mais ninguém pra substituir e eu possa ir embora e também dizer que eu fui, que eu sou machona. Mas não. A mulher, que eu imagina gorda, velha e rabujenta (cujo nome só pode ser Alzira) é um moça da minha idade com um sorriso lindo.
Entro avisando pra colher o sangue (expressão estranha né? Colher o sangue. Sangue, legumes, frutas, sei lá.) Bom, entro, peço pra tirar o sangue deitada, que eu passo mal, essas coisas.
Ela sorri. Me deita. Diz que eu tenho olhos lindos. Pergunta minha idade. 24 moça. Pergunta se estou grávida. Ainda não.
Tira o sangue. Eu passo mal. Acho que vou quase morrer. (Sério, sério e sério)
Mas não morro. E rezo pelo menos uns 20 Pai Nosso.
Toda a reza pra esse fim de ano.