quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Parece estória de humor. Mas não é.

Toda vez que eu vou fazer exame de sangue eu rezo. Rezo muito, rezo pra cacete eu diria.
Hoje não foi diferente. Acordei antes das 6 (detalhe: o exame era às 8) fiquei inqueita, sem sono e como fome. Pra ajudar ainda não se pode comer por 12 horas. E sempre que você não pode comer a vizinha resolve achar pão de queijo cedinho cedinho. Uma coisa.
Pois bem, fui ao tal laboratório, sentei e voltei a rezar. Olha, eu não rezo à toa não. Se eu tô rezando pode apostar que a coisa tá feia mesmo. Eu sempre tenho a sensação de que eu vou desmair, não vão achar minha veia, vão me furar inteira, vai sair um monte de sangue. Sim, por que é trauma. Alguém disse que era (por que eu sou assim desde cotoca) e eu prefiro acreditar.
A moça me chama, demora uma vida pra fazer a ficha. A carteira do plano de saúde é de Curitiba...bla bla bla...tem mais de 10 solicitações e ela não acha o campo na guia on line (maldita tecnologia- é, eu também odeio a modernidade, inclusive este blog. Mas é assunto pra outro post)...bla bla bla...Qual a data de expedição do meu RG...bla bla bla.
Ela vai tagarelando, praguejando a vaca (eu deveria ter dito pobre) atendente da Unimed e eu rezendo. Rezando e tentanto não me perder na única oração que eu sei, o Pai Nosso. A cada pergunta dela eu me perdia, começava de novo. Então ela me dava uma coisa pra assinar, pronto, volto que estás no céu.
Me dá a moça um papel (o resultado sai na internet, coisa fina meu bem) e me pede pra esperar alguém chamar meu nome (a única coisa arcaica no super mega hiper moderno laboratório). Continuo rezando pra que dessa vez demore, ou então a moça que tira os angue passe mal e precise ir embora e não tenha mais ninguém pra substituir e eu possa ir embora e também dizer que eu fui, que eu sou machona. Mas não. A mulher, que eu imagina gorda, velha e rabujenta (cujo nome só pode ser Alzira) é um moça da minha idade com um sorriso lindo.
Entro avisando pra colher o sangue (expressão estranha né? Colher o sangue. Sangue, legumes, frutas, sei lá.) Bom, entro, peço pra tirar o sangue deitada, que eu passo mal, essas coisas.
Ela sorri. Me deita. Diz que eu tenho olhos lindos. Pergunta minha idade. 24 moça. Pergunta se estou grávida. Ainda não.
Tira o sangue. Eu passo mal. Acho que vou quase morrer. (Sério, sério e sério)
Mas não morro. E rezo pelo menos uns 20 Pai Nosso.
Toda a reza pra esse fim de ano.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Viva.
E cuide de você.
Só.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Eu ando cansada. Minha alma dói. Mas ninguém vê. E nem poderia. Mulher maravilha é sempre mulher maravilha. Mas eu ando cansada. E minha alma dói.
Lutando com uma coisa que eu conheço há tantos anos e na verdade é como se me tivesse sido apresentada ontem. Ou hoje. Ou talvez só me vá ser apresentada algum dia, por ai. Talvez.
Que mamãe é alcóolica não é segredo pra ninguém. Basta uma conversa de ponto de ônibus e eu conto metade das minhas coisas. E das coisas que não são minhas também. Eu só conto mesmo pra desconhecidos. Por conversar com quem conhece de mais a gente é esquisito. Mas o que ninguém sabe (e nem ficará sabendo) é que ela tá com início de cirrose, tem diabetes, tá um pouca cega até. Não não, isso ninguém e nem vai saber.
E eu estarei do ladinho dela. Talvez louca, talvez muda, talvez gritando, berrando e jurando de pé junto que amanhã eu mudo de casa. E desistindo da idéia no dia seguinte. As vezes no mesmo.
E eu estarei do ladinho dela. Sempre. Não por que mãe é mãe. Não não. Puta clichê sem sentido. Nem todas as mães são mães. A minha não foi, não é está há anos luz de ser. Eu estarei ali simplesmente por que não sei (e não quero) e fazer outra coisa.
Vou escrever um best seller e ficar rica.
Ter três cachorros e dois filhos, numa casa assim, bem grande, pra mim e pro grude.
Tá bom demais.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Você sabia que a Dona Florinda era namorada do Quico e depois casou com o Chaves?
Pois é. Nem eu.
Enganaram a mim e ao Professor Girafales.
(esse mundo só pode tá mesmo perdido)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu queria falar da minha mãe que bebe todo dia e sempre e tanto que me enlouquece. Mas não o suficiente pra ficar louca. Não, não. Só o necessário pra não ser normal. Eu queria falar também que eu ando batendo mais forte do que muito marmanjo no boxe e depois de quase dois anos de muito suor e mão e braço e tudo doendo, pela primeira vez, o Felipe elogiou. Elogio também seria muito, na verdade ele só disse um "muito bem". Mas pra quem conhece o Felipe sabe que isso é praticamente uma medalha de honra ao mérito, daquelas que a gente ganhava no colégio mesmo sendo o segundo lugar na categoria queimada. Eu queria falar também das minhas cachorras. Que elas estão ficando velhas e surdas. Não sei se mais surdas ou se mais velhas. E que as vezes eu choro, sozinha, do nada, assim. Quando penso que uma delas vai morrer. Eu nunca soube muito bem lidar com essa coisa de que tudo morre. Bom, pelo menos as coisas vivas. As vezes as não vivas também morrem. Tem gente que nem nasce, mas crece. E morre. Eu queria também falar do meu namorado. Do meu princípe. Do meu amor. Queria falar também que eu não consigo mais escrever absolutamente nada que tenha sentido. Nem se eu tentar falar sobre a Corruptolândia que é nosso Brasil varonil. Viram o caso do prefeito de Monte Alegre? Pois é. Tem também a hipocrisia hedionda das pseudo pessoas civilizadas que vivem aqui, ali e acolá. E as pessoas pseudo civilizadas (e olha que nem sei se ter civilidade é tão bom assim) estão inundando o mundo. Agora usar mini saia em faculdade virou sinônimo de puta! Ah...as patricinhas drogadas que bebem e cheiram e trepam com tudo nas raves (e fora delas também) é que disseram... Eu queria muito falar alguma coisa. Sério.