quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Não tome café com a minha metade.

Não você não vai levar minha metade pra tomar café de novo não.
Não adianta mentir, disfarçar, chamar pra jantar.
Minha metade não acredita mais em você.
Ela não quer te contar como anda a minha vida.
Também não quer saber da sua.
Acredite.
Minha metade não quer mais saber de você.
É cruel, insano e doentil.
Minha metade ouve Nara Leão, enquanto a sua? Ah meu bem! a sua toma um porre em um lugar qualquer, cheio de gente qualquer, com sentimentos qualquer.
Desista.
Minha metade foi procurar um inteiro.
Talvez numa esquina blassé.
Que pague a ela um sorvete, quem sabe o jantar, ou até mesmo o café.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Mulherzinha

Sabe aqueles dias em que você acorda, com uma vontade louca de escrever algo bacana, isso pra quem gosta de escrever, claro, e simplesmente não consegue?
Coisa chata, coisa triste, coisa que irrita.
Não dá pra falar de amor. Eu mesmo já me cansei do meu amor pra vida toda, amor pra toda vida. Não adiantaria ligar pra ele e contar que ouvi o CD novo do Lenine (aliás, bom para cacete- Labiata) e dizer que pensei nele. Ele diria que me ama também. Mas eu não posso mais ouvir isso. Eu tô indo pra SP, vou fazer mestrado, vou aprender francês. Fica meu amor, fica e me espera (me). Eu volto juíza.
Também não dá pra falar de política quando a disputa eleitoral na maior cidade do estado em que você vice é entre o Louco e a Puta, em síntese. Isso sem dizer que aqui na província onde vivo, talvez tenha sido pior. Levou quem rouba mais. ladrão antigo. Bem coisa de brasileiro burro, que vai ficar reclamando na fila de algum hospital medíocre, sem médico, sem remédio, sem leito. Muito bem feito. Não tenho dó não.
Também não dá pra falar de gente. O mundo anda decepcionante. Todo mundo perdeu o senso, a ética, o respeito e uma porrada de outras coisas, abafadas numa balada qualquer, dentro de mini-saias, mini-cérebros. Gente chata. Gente estranha. Gente esquisita. Gente vazia, gente oca, gente que nem é mais gente. Talvez eu também não seja. Toda essa inquietação, que insistem em rotular de rebeldia tardia, coisa de pré-adulto, seja apenas resquício de outros tempos.
Também não dá pra falar de tantas outras coisas, como do mendigo sensacional que falava francês, que eu encontrei na Paulista, a última vez que fui em SP ou então da minha luta, que vai ser no dia 01/11 e tô súper afim de quebrar a cara da cidadã.
Mas não dá pra falar de coisa nenhuma.
Eu tô ouvindo lenine.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mas não adianta. Ela é a menina da melissa roxa. Ele é o cara do all star sem cadarço. Ela é a mulher do batom vermelho e vestidinho preto de babado e ele é o cara do escondidinho. Não dá jeito certo, não tem receita não.
por Cecília, por que nem todo mundo alçança.

Procurando sarna pra me coçar.

Ela queria vê-lo.
Era dia de chuva. O campo neutro (expressão criada após tantos términos, servia pra designar o local onde não se podia levar outro alguém, nem beijar ninguém que não fosse ela) era aberto. Ela daria "na cara" se fosse lá.
Mas ia.
Queria vê-lo e pronto.
Botou uma blusa bacana. Roxa. Colocou um sutiã daqueles que deixam os peitos enormes. Primeiro por que fazia bem pra auto-estima de qualquer ser que use saias ter um peito incrível ( e daquele tamanho), segundo por que queria que ole olhasse. Não importava quantas mil vezes ele tinha visto, mesmo sem a roupa. Ela apenas queria que ele olhasse.
Passou o 212, da Carolina. A amiga jurou que ainda estaria nela, lá pelas 6 da matina, ou até mesmo no dia seguinte, quando ela pretendia acordar na cama dele. E, óbvio, empregnar tudo com aquele cheiro que nem era dela. Era da amiga. Mas não importava. Ele lembraria. Tava bom.
Foi de Melissa. Ela adorava Melissa. E ele também. A Melissa era roxa. Ela se sentia incrível por usar uma Melissa roxa, do tipo "vovó vai na missa".
O resto era usual. Jeans básico, calcinha de algodão. Sem brincos.
Secou o cabelo. Fez maquiagem.
Tava linda.
Ele perceberia.
Certeza.
Mas ele não foi.
Ela dançou Meu Esquema sozinha.
Dispensou o Cesinha maluco (aquele jornalista bêbado super inteligente, que usa o bigode do Che e tem uma queda por mulheres feias, que não era o caso dela. Claro).
E voltou pra casa.
Maquiagem borrada.
Cabelo com cheiro de cigarro.
E em casa só a gata, sem a sarna.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Viva o panetone, o bom velhinho e as mocinhas que fizeram tudo certo esse ano.

Hoje fui ao mercado sete da matina. Pois é, morar perto de um Pão de Açúcar, pode ser algo muito problemático, quando se é uma pessoa estranha, cheia de vontades proporcionais a essa esquisitize. No caso, eu queria comer biscoito de gergelim (aquele do pacxote verde) com patê de saquinho da Sadia (só se fosse de presunto) ou então de Bacon (mas aí seria potinho). Super normal, se eu estivesse grávida e não fosse de madrugada. Convenhamos que pra uma quarta feira de sol, sete da manhã é horário que nem o galo acordou. (e tá certo ele).
Lá fui eu, no meu modelito "mamãe isso é quase um pijama", assustar toda a terceira idade (absoluta maioria em Santos), que frequenta esse tipo de estabelecimento a esse horário.
Já tinha pego tudo que me interessa, além dos ovos e manteiga da Lú, e daquelas coisas naturebas, como boa natu-hipocondríaca que sou, quando me deparo com a minha infância ali, gritando, cheirando, me comendo. Panetone da Bauducco! Puta que pariu, meus olhos brilhavam. A tal sensação de água na boca só faz sentido nesses momentos. Resolvi que uma caixa seria demais. Até por que, eu comeria 1/2 kilo de panetone feliz e contente. Não haveria o que guadar, nem como dividir.
A razão me fez optar por míseros 80g, numa caixa que dava a entender que havia algo em torno de 200g. Maldito capitalismo.
Atire a primeira pedra quem nunca abriu nenhuma embalagem, no caminho de casa pro mercado. Foi o que fiz. Atire outra quem nunca deixou de abrir o portão de casa, por que estava ocupado demais comendo algo incrível, no meu caso o panetone, e não dava pra parar.
Eu parecia uma criança, que ganhou um sorvete na casquinha, e não pode parar de comer pra não derreter e sujar toda a roupa, frase que a mãe pragueja a cada 5 minutos.
Fiquei parada na porta do prédio, com as sacolas apinhadas numa mão e com meus 80g de felicidade na outra.
Lembrei de todos os Natais que eu fingia dormir pra ver o Papail Noel, lembrei das tantas listas que fiz, com todas as minhas boas ações. Lembrei do cheiro bom que ficava pela casa e da louça, que no outro dia, invariavelmente era da irmã mais nova. Lembrei de mamãe, que hoje no céu, ainda deve dá risada quando como castanha e sujo as unhas, o cabelo e o caminho pra cozinha.
Dizem que a felicidade é efêmera, está no acaso, se concretiza de pequenos momentos.
Nunca imaginei que a minha viria numa caixa. De 80 gramas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Do mesmo jeito que você deixou. Eu continuo.
Sim, ainda sou a mulher da tua vida.
É pena que não caiba tanto eu em você.
É pena.
É sempre a mesma voz de coitada. A mesma tão conhecida auto-piedade. O mesmo terror psicológico.
Acho que minha mãe foi treinada pela Al-Kaeda.
É sempre o mesmo drama. O mesmo trauma. O mesmo maldito medo.
De que ela morra atropelada, tenha uma cirrose ou simplesmente suma, vire uma andarilha.
Mas nada disso acontece.
E eu me sinto uma idiota, capaz de brigar com o mundo todo, menos com a minha própria mãe.
Eu me rendo.
Eu me vendo.
É mais fácil ou menos difícil, como queira.
Acho que ao lado dos armários do "ex", criarei um pra ela. Só dela. No lugar mais alto. E ela não sairá de lá, até que eu possa escrever coisas mais felizes.

sábado, 11 de outubro de 2008

esperando a porra do Zorra acabar, pra depois acabar o filme e então eu finalmente ver a corrida!
Preciso lembrar que no dia em que eu ficar rica, de colocar tv à cabo na minha mansão. Daqueles com 419 canais, pra num dia como esses, eu me cansar apertar o controle remoto, descobrir que mesmo com 419 opções, nao há nada que preste e ir dormir.
Eu queria escrever sobre alguma coisa. Mas não sei o quê. Queria algo assim, capaz de tirar toda essa dor do meu peito, todo esse medo que nem minha cara de mulher bem resolvida consegue esconder.
Queria contar uma história bacana, falar sobre a merda da explosão imobiliária de Santos, dela e de seus apartamentos, 18 por andar, mas todos com varanda gourmet. Queria talvez falar sobre alguma desilução com seres do sexo oposto, sobre as mulheres burras que aturo na pós, queria falar sobre o príncipe encantado, sobre a crise na economia daqueles filhos da puta americanos.
Mas nao dá não. Só tem um nó aqui. Uma sensação esquisita. Um inquietação, uma vontade de sair correndo, de chorar, de gritar e de ligar pra meia dúzia de gente, de pedir socorro.
Maior que todo esse medo é meu medo de me tornar um muro de lamentação. Aquela vizinha chata, que ao invés de bom dia, reclama do marido,do porteiro, da síndica, do cachorro, do preço da batata ou então do sol lindo que tá lá fora.
Morro de medo, mais que de todos os meus medos, de ser assim.
Então não conto nada pra ninguém. Só pro Fernando. Que entende minha loucura. Que não me cobra sobriedade. E ainda me dá ferrero, toda a vez que a gente se vê.
Eu tenho muito medo.
De passar daquela linhazinha sabe?
De ficar louca de vez.
Até do meu blog eu tenho medo.
Antes eu falava, sem hesitar. Agora existe aquela coisinha ali do lado, de visitas, e todo santo dia ela registra quarenta pessoas que não tinham mais o que fazer e vieram ler algumas besteira, dar risada talvez.
Oi, prazer, meu nome é Samantha, minha mãe é dependente química, meu pai é ausente (daqueles que não liga nem no aniversário), minhas irmãs não estão nem aí e meu irmão, a única pessoa que eu acho que amo no meio disso tudo, nao pode me ajudar, por que a piranha da ex mulher fóde a vida dele. Ah! Isso sem dizer que nem sei se meu pai é mesmo meu pai.
Mas eu não posso dizer tudo isso.
Eu tenho medo.
Então visto minha cara de intelectual, falo da minha pós, do meu trabalho ou da tese revolucionária que eu criei pra tirar nomes do SPC, mesmo quando você deve. Sério. Falo do meu desapego, da minha praticidade, do meu bom gosto musical. E todo mundo me acha interessante pra caralho, tanto, que até acredito nisso.
Eu sou uma grande ilusão de olhos verdes.
Que tem medo, muito medo.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Super super feliz é o caralho.

Não me conformo com gente tão feliz. Aliás, me irrita e quero distância. Toda possível. Não que eu seja 100% mal humor. Óbvio que a TPM eleva o nível ao insuportável, algo como 215. Numa escala de 0 à 10. Mas, fora dela existe vida. Essa vida até que é boa. Tenho um homor negro fantástico. Coisa de gente inteligente. E modesta, claro. Sou bem humorada pra cacete, tento sempre ver o lado bom, mas pô, dizer que a vida é bela, que tá tudo lindo, porra, não fóde. Coisa mais insuportável, você lá, curtindo a sua merda sabe? Aqueles dias em que tudo deu errado e chega o super feliz, te botando pra cima, dizendo pra não desanimar. Ah, meu filho (a), vai tomá no cú!!!!
Me respeita. Eu quero um ouvido, silêncio, café. Não quero conselho, milagres, novas atitudes. Da minha vida cuido eu. Certa ou errada ela é minha, só minha. E nem toda perfeição alheia se encaixa nos meus velhos erros.
Não sei se foi depois do CVV, mas o fato é que não fico mais dando conselho pra são ninguém e quando quero falar, quero apenas que me escutem, sem essas coisas de super feliz.
Nem sempre eu entendo, quando uma amiga me conta o quanto se humilhou pelo mesmo cafajeste. Me soa como a mesma história, a mesma dor, a mesma velha e porca transa. Posso não entender, meus hormônios feministas podem grita, às vezes dá até enjôo. Mas fico quieta. R E S P E I T O.
Sabe por que?
Quando conto que dei piti (mais um) na Vivo, ou que não aguento mais minha mãe ou que tô cansada de seres do sexo oposto (é sério), quero ouvido, silêncio e café.
Se tiver um bolinho de chuva com banana açúcar e canela melhor ainda.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Nenhum música triste alcançaria.
Relato melodramático não faz meu tipo.
Vamo dormir que é pra ver se isso passa.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Eu me masturbo sim e dai?

Mulher que diz o contrário ou mente descaradamente ou é infeliz. Burra mesmo.
Lembro ainda das enquetes do ginásio ( ginásio? Tô mesmo ficando vélha). Era sempre a mesma coisa. Nome? Idade? Cor? Quem levaria pra ilha deserta? (sempre tinha o "inho". Renatinho, Julinho, Maurinho e por aí vai) Quem deixaria lá? E depois, assim, como num rompante, pra desequilirar o leitor vinha a clássica: VOCÊ SE MASTURBA?
Meninos era descarados. Diziam sempre sim. E junto com a afirmação vinham os números. 2, 3, 4. Verdade ou não, eles admitiam o natural. Meninas? Era um não sonoro, gritado em uníssono, como se a pegunta fosse um palavrão, um xingamento pra mãe.
Nessa época, eu ainda jovem moçoila, não tinha coragem de admitir. Ia na onda das mais ousadas e apenas coloca um risco. Aquel e traço era sinônimo de toda minha inquietação, que gritava internamente a injustiça na criação, nos costumes sociais, que me preparava pra algo que eu não queria ser. Uma muda, uma casta, uma frígida.
Nunca mais respondi uma inquete ou sequer vi uma. Mas posso dizer que hoje eu diria sim. Em letras garrafais e acompanhado de um número. Instável, variável, mas um número, sem dúvida.
O mundo seria mais feliz, o trânsito melhor e não haveria tanta revista falando bobagens sobre TPM.
Aposto que as redatoras não se masturbam.
Azar o delas.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Como é que não deu certo?

Ainda me surpreendo quando alguém diz: "Ah, namorei o fulano 7 anos, mas não deu certo". Puta que pariu! É claro que deu, por sete anos, e quando não deu, cada um seguiu sua vida, como deve ser.
Tá, tá bom, pode até ser que nos últimos tempos não estivesse tão bacana assim, mas pô, daí a dizer que não deu certo é uma outra história.
É como jogar anos e anos de paciência, dedicação, dessa coisa de ceder em prol do relacionamento, tudo na lixeira "dos amores que não deram certo". Isso é uma grande idiotice. Todo amor dá certo. Toda relação ensina alguma coisa. Se tudo que foi vivido foi ruim demais, causou dor, mesmo se foi um relacionamento patético, onde você se humilhou por que tava apaixonada/o e não via o quão idiota era aquele cidadão, ainda assim foi bom. Aprende-se o que não fazer.
Todos os meus relacionamentos foram incríveis. Mesmo aqueles que duraram uma noite, contrastando com o nome dos filhos que eu passei o dia todo pensando, afinal, eu tinha pra mim que daria casamento.
Hoje por exemplo, eu jamais faria a cena da porta. Não sabe qual a cena da porta? Puts! Ninguém pode dizer que viveu um relacionamento sem a cena da porta. Aquela em que a outra parte diz adeus e você se põe a chorar, deslizando bem devagarzinho pela porta, até sentar no chão, jogada as traças, coisa habitual nos dramalhões das oito.
A minha cena da porta, no caso, foi adaptada a escada. Chorei hooooooooooooras na escada do prédio, agarrada a um caderno escolar. Eu chorava, olhava pra ele, Olhava pra ele, chorava mais. Cena linda. Os vizinhos devem ter ficado súuuuuuuuuuuuper contente. Certeza que se tivesse o telefone do cidadão responsável por tanta lágrima teriam ligado e implorado pra ele voltar, afinal, alguém no predio precisava dormir. (Lembro que uma velhinha desceu a escada no dia e o meu estado devia ser tão lamentável que ela não teve nem coragem de oferecer ajuda!)
Hoje também mudou meu conceito sobre término. Eu acreditava piamente que você pode ser amiga do seu ex. Aliás, tentei muito isso (com todos eles), por anos. Mas não pode. Não dá. É incompatível. Eu tenho tesão por todos eles. Não posso ser amiga de uma pessoa que eu tenho tesão. Não mesmo. Invariavelmente os sorvetes, os cafés e os encontros casuais na fila do mercado acabaram em sexo. Muito sexo. Todo sexo do universo. Isso não é amizade. é putaria. Eu posso gostar deles, ajudá-los, bater papo se encontrar. Posso até transar (confesso que transar com ex é interessante, principalmente se você está mais gostosa do que no legado deles) Mas amiga? Esquece, nunca mais direi que sou amiga de um deles.
Muita coisa muda.
A gente aprende que nem sempre é bom ser civilizado.
A gente desaprende, às vezes, que o melhor seria pedir perdão.
Mas dizer que não deu certo?
Muita falta de criatividade não?

domingo, 5 de outubro de 2008

A Samantha teve um aniversário liiiiiiiiiiiiiiiiindo.
Ganhou um monte de presente e ficou súuuuuuuuuuper feliz!
Hoje é dia de se empanturrar com bolo que sobrou.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Toca telefone, toca.
Diz que tá vindo me ver.
Diz que não tem problema se a casa tá uma zona ou se a água mineral acabou tem três dias e eu ainda não fui comprar.
Diz que só quer estar comigo, me dar parabéns.
Toca telefone, toca.
Fica meio mudo um tempo.
Depois fica meio falando. Assim, demais, rápido, tudo ao mesmo tempo.
Deixa eu sentir que você tá perdido, com saudade e por isso não sabe o que dizer.
Fica bobo, sem jeito, me chama meu amor da minha vida toda.
Toca telefone, toca.
Diz que foi pelo parabéns. Eu vou acreditar. Eu quero acreditar.
Vai, por favor, mente pra nós dois.
Por que minha auto-mentira já me cansou.
Me diz qualquer bobagem, eu só quero ouvir tua voz.
Toca telefone, toca.
Diz que me ama, assim, no meio de uma frase idiota qualquer.
Eu preciso dizer eu também.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Emendas em soneto sem som.

Estou solteira.
E pra quem me conhece isso é praticamente um milagre, aliás, é um milagre sim. Daqueles imensos, que se agradece anos após ano em alguma escadaria de igreja qualquer ( a escadaria, não a igreja).
Eu digo "estar" por que é diferente de "ser". Algumas vezes fui solteira, não muitas, confesso. Mas não estive. Me enganei e enganei uma porrada de homem bacana que apareceu na minha vida. Sempre tive muito medo de não ter com quem comer no pipoca no domingo à noite. O resultado? Relacionamos contínuos, emendados, acúmulo de sentimentos variados e antagônicos, que invariavelmente me anestesiaram. Juro que eu prefiria ter sofrido. Mas não, eu emendava um no outro, às vezes mantinha dois, três , quatro e pronto. Não havia tempo pra sentir. Era justamente o que eu não queria e hoje imploro.
São quase dois meses de estar e ser e viver e ficar só.
São quase 23.
Fora trepadas esporádicas, afinal de contas, nem só de dedos vive uma mulher, e amigo colorido é artigo de primeira necessidade (mesmo), resolvi que ficarei sozinha até que alguém definitivamente me faça sentir frio na barriga. Que faça jogar o cabelo pro lado oposto, a cada 2 minutos por não saber onde enfiar as mãos. Que me faça trocar um show incrível pelo aniversário da sogra jararaca. Que eu tenha vontade de comprar pão. De dar bom dia ao português da padaria.
Prometi pra mim que não emendo mais.
Que não mais usarei ninguém de muleta.
Eu não preciso delas.

medo de trovão tbm.

Chego em casa do boxe ontem às 22/;40. Tá foda, vai ter luta e ai o nego me tira a pele, mas vamos lá, quero a barriga daquela vaca que passou na Ana Maria ensinando a fazer abdominal.
Bom, isso tbm não importa, não era o foco da questão. Chego e tenho mil coisas pra fazer. Morar sozinho nem é tão legal assim, diga pra quem pretende fazer isso um dia. Juro que se eu pudesse, teria escolhido morar com meus pais até os 38 anos. Mesmo.
Ligo o computador pra ouvir música. Sério. Não tenho som. Se alguma boa alma quiser colaborar, tá baratinho na Americanas, aqueles portáteis sabe? Aniversário chegando...sabe como é.
Começa a chover.
Chuva torrencial.
Daquelas de cinema, onde a loira peituda beija o galã.
Ótimo.
Já tenho desculpa pra não lavar roupa.
Até ai lido, tava eu lavando louça, fazendo comida, varrendo o chão, quando do nada ("do nada" nao é força de expressão, foi "do nada" mesmo) cai um puta trovão e falta luz, por uma eternidade. A eternidade no caso foi uns 5 segundos, o suficiente pra eu me enfiar debaixo do edredon, com minhas duas cachorras, como se aquele pedaço de pano pudesse me salvar da 3ª Guerra Mundial.
Não deixei ngn sair da cama pra fazer xixi.
Nem eu, nem elas.
Medo.
Hoje, depois da noite fúnebre, descobri que não é tão bacana assim abandonar as tarefas domésticas no meio. O detergente emplastou na louça, tá me dando um trabalho do cacete.
Acho até que Pedro Bial devia acrescer no Filtro Solar:
"Se você tem medo de trovão, mas já começou a lavar a loça, termine. Suas unhas agradecerão no dia seguinte"