e ai nego?
Dói na alma. Um dor visceral, angustiante, capaz de levar as lágrimas, milhares delas.
Resolvi assitir esse filme por causa da capa. Não sou muito de indicação não. A não ser que alguém realmente me diga "Você tem que ver!". Caso contrário, prefiro garimpar na locadora.
A sinopse dizia"Uma história sobre a prostituição infantil no Brasil", eu só não sabia até que ponto eles me mostrariam a realidade, nua e crua.
A personagem principal, Maria, é vendida (sim, vendida!!!!!) por seu pai aos 12 anos (sim, 12 anos!!!!!). Nessa idade eu mal tinha peito!!!
Pois bem, é uma coisa surreal a trajetória da garota. Depois de vendida pelo pai, ela é leiloada por uma suposta madrinha. Sim, no filme, todos os algozes são madrinhos e madrinhas, uma forma cruel de dizer "Olha, só estou querendo seu bem, uma vida melhor" Pode? Pode sim, e foi bem pior.
No leilão, é comprada por um fazendeiro, pra presente do seu filho, que fazia 15 anos e era virgem. Nojo, asco e paúra. Se não tivesse quem financiasse, a prostituição não se mantinha. Depois disso, como miséria pouca é bobagem, acaba parando nas mãos de um dono de bordel num lugar chamado Socorro, onde só se chega de avião. Deitam-se por mês com uma média de 400 homens, coisa que não chegarei nem que eu viva 100 anos.
Somos todos coniventes. Dia desses chegou uma senhora pra ser atendida na Defensoria( e órgão público é sempre assim) falando mal de tudo. Que o governo isso, o governo aqui, falou em direitos humanos, dignidade e todo mais. Aquele discursinho batido que alguém ensinou pra ela.Claro, como não podia deixar de ser, a maluca estava bem na minha mesa.
Perguntei em alto e bom som em quem ela tinha votado na última eleição e em quem era o vice desse sujeito. Óbvio que ela não sabia. Ficou sem graça, todo mundo olhando, e pediu desculpa. Pois é minha senhora, a culpa é toda nossa.
E repito isso mais uma vez.
Em quem foi que você votou?