terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Oi, quer trepar?

Meu querido diário:

Hoje foi meu primeiro dia de moto.
Quase atropelei um ônibus. Se não fosse a cara de pânico das velhinhas, eu poderia jurar que nenm estava tão perto. Pode?
O vizinho de uma amiga me ajudou a colocar a trava. Na verdade rolou uma pequena dificuldade em achar o "freio de disco". Obrigada meu Deus por existirem pessoas com tão vastos conhecimento em motos e dispostos a ajudar desconhecidas.
Os taxistas me olha de maneira engraçada. Acho que é por que ocorre um pequeno desiquilíbrio no processo "sinalfechadohoradepararamoto"
Uma mulher me mandou ir pro tanque.
Mandei ela tomar no cú.
E emendei um "vaca".
Justo.
Terminei quebrando o pau na auto escola. Não quero fazer 20 aulas pra tirar carta de moto.
Foda-se a lei nova.

sábado, 27 de dezembro de 2008

E eu corro, corro e corro.

Me deixa aqui.
Quietinha.
Não coloca a camisa combinando com meu vestido.
Verde.
Tudo muito verde.
Desse jeito é inevitável pensar num sexo tântrico.
Assim.
Com a camisa e o vestido aos pés da cama.
Me deixa aqui.
Quietinha.
Não me pergunta como eu tô.
Não pergunta se a Jad tá melhor.
Tá todo mundo ótimo aqui.
Você não está vendo?
Me deixa aqui.
Quietinha.
Sem entrelinhas.
Sem silêncios.
Sem abismos.
Sem o amor maior do mundo.
Me deixa aqui.
Quietinha.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Amor e ódio.

A minha relação de amor e ódio como meu pai não é de hoje. Quase todos os dias da minha vida eu o odeio. Por tudo que ele me fez, não fez, por tudo que fez com a minha mãe, por tudo. E esse tudo é muita coisa. É coisa pra caralho que de tão grande e estática nem incomoda mais.
Mas é meu pai a única pessoa no mundo capaz de me surpreender. não por atitudes cretinas, isso muita gente faz, mas por que é justamente ele que me apóia quando ninguém mais o faria.
Há uns 5 anos, quando eu completei 18, comprei um carro. Eu sequer tinha carta. O bicho ficou na garagem uns dias até eu terminar a auto escola. Meu pai não só apoiou contra toda pressão familiar de um financiamento (parcelas de R$576,00) em tenra idade, como me disse, no meu primeiro dia com o carro "Vai, sobe, uma hora você vai ter que pegar estrada mesmo". Minha mãe pirou. Na época eu morava com ela. "Como tu pode apoiar uma sandice dessa?" Ele ignorou e simplesmente disse que eu iria com ou sem apoio. Tava certo. E com apoio foi muito melhor.
Hoje, com 23 , comprei uma moto e adivinha? Não tenho carta. E dessa vez nem sei onde posso comprar uma. (Confesso que a do carro foi comprada, honrando o titulo de legítima brasileira).
Liguei pra quem? Pro meu pai. Meu ódio e amor eterno. Como não podia deixar de ser, ele me surpreendeu. Achei que ele ia criticar por que não terminei de pagar a pós, por que não tenho carta e por outros tantos motivos que só pais e mães sabem achar. Mas não.
****
- Ô pai, tenho que ir na Renata buscar a moto, os documentos e o carnê na segunda.
-Que legal filha, então essa semana vai tá motorizada hein?
-Mas pai, sabe que que é...É lá em PG, tenho medo de pegar aquela ponte sozinha...Vamo comigo? Aí tu podia voltar dirigindo...
-Claro.
-E me ensinar a dirigir...
-Isso é mole, tu anda bem de bicicleta não?
-Aham. Só vou andar na cidade, enquanto não tirar a carta (fudeu! Agora ele infarta)
-Isso é o de menos. Tu tira rapidinho. Amanhã a gente se fala então.
-Entao tá pai. Se der, dá um pulo na auto escola e vê quanto é pra tranferir minha CNH pra cá.
-Tá bom. Beijo, Fica com Deus.
-Beijo Pai, amém.

Ferro- A odisséia.

Pode chamar de relaxo, esquisitise ou qualquer outro adjetivo. O fato é que eu não tenho ferro de passar, muito embora eu tenha uma tábua colorida lindérrima que minha mãe trouxe sei lá de onde.
Em 2.008 era meta, mas sabe-se lá por que eu não consegui comprar um eletrodoméstico de R$45,00. Nem tendo cartão de crédito, cheque, nome limpo, nada. Simplesmente alguma força superior me impediu de ter um ferro e eu respeito forças superiores. Entrei em lojas, recebi e-mails com promoção de ferros (pasmem!) e nada. Nada, nada e nada. Há anos não tenho ferro de passar e justamente quando resolvo que quero um, colocando como meta do ano (!!!) ele simplesmente não acontece.
Ocorre que ontem resolvi comprar um pela internet. Não confio em vendas desse gênero e confesso que até então ainda não tinha me rendido ao virtual.
Pois bem. Entrei no site do Extra, escolhi um modelo bacana, vi a voltagem, passei os dados do cartão, fiz um cadastro simples e pronto! Compra efetuada. Bastava aguardar a liberação da operadora do cartão de crédito.
Óbvio que minha descrença começou a berrar, escandalizada.
Ai Samantha, como tu é idiota, logo tu! Que já processou tanta empresa, que processará outras tantas quando a preguiça permitir, resolveu comprar pela internet! E ainda no Extra! Pode?
Acredite, no dia seguinte veio um e-mail com a aprovação da operadora. Hoje veio outro. Uma espécie de rastreador, pois a mercadoria já está no depósito e eu só consigo pensar: Maldita eficiência, o ferro vai chegar ainda em 2.008!
Não, não. Agora eu não quero. Ele já era meta de 2.009 e portanto só posso recebo a partir de 1º de janeiro.
Já avisei o Zé da portaria.
Só me entrega ano que vem, faz favor!
...Mas dona Samantha, todo mundo pede pra entregar logo quando chega essas coisa....
Não Zé. Sério. Quando ele chegar deixa ele na portaria, quietinho, com um recado bem grande de"NÃO ENTREGUE ANTES DE JANEIRO". Se a portuguesa filha da puta (vulgo síndica) reclamar, diga que mandei ela à merda.
Tá, tudo bem, você não pode mandá-la à merda, mas avisa que antes de Janeiro não recebo.
Posso até tomar multa por descumprir a 1265544895322265478 cláusula de um regulamento que nunca vi, onde se lê "proibido deixar pertences na portaria na virada do ano", mas que não vou quebrar uma meta, ah não vou. Não mesmo.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Amor da minha vida toda!

Um tem 13 anos, é cardíaca e obesa. Gasto horrores com ração pra cães gordos e remédios pro coração. A outra tem 10 anos, é ciumenta e ranzinza. Adora fazer xixi em tapetes limpos.
Minha casa é um festival de pêlos, racão e ossos. Mas eu amo. Amo tanto que não cabe em mim.
Obrigada por me aturarem mais um ano. É por isso que tenho duas. Uma só não daria conta. Será que devo aplicar a mesma teoria a homens? Será?
Que o papai noel me traga tudo que eu pedi e aquilo que eu esquecer tbm.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Aproveitando o espírito natalino que assola a nação, Madonna resolveu comer Jesus.
E viva a popstar!
Eu precisava fazer a piadinha infame. Foi mais forte do que eu.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

ele vem.
eu como.
ele vai.
eu durmo.

Entre lençóis.

Só vale pela bunda do Gianechinni. E que bunda.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Samantha, por que as letras no teu blog, são sempre tão grandes? É uma espécie de deficit emocional pra chamar atenção? Psicologia invertida?
Não, não, eu sou míope mesmo.
Ah tá.

Mais uma vez no cú do povo.

Toda vez que eu falo que o governo é ditador, meu pai me chama de comunista. Berra a plenos pulmões que não merece uma filha assim. Minha mãe que não entende nada, só agradece por eu não ter nascido no tempo dos militares. Valha me Deus, ela teria sido morta! E olha, que nem parece que um mora no Paraná e o outro em São Paulo. Eles falam como se eu fosse a filhinha que mora no quarto ao lado da suite deles.
Quando veio a Nota Fiscal Paulista eu disse. Não dou meu CFP porra nenhuma. Os filhos da puta não vão saber onde é gasto meu rico dinheirinho. Mas o povo é burro. Se vende por sorteio de DVD barato, daqueles que se compra por 100 mango na Bahia. Foda-se. Que agonizem todos na malha fina!
E agora senhores, agora veio o pior golpe. Putaria legitimada. Ditadura democratizada. Você tem direito de escolher os ditadores não? Pelo menos ao que parece. Eles terão acesso pleno, integral e irrestrito a sua conta bancária. Sem precisar de quebra de sigilo judicial, nem justificativa, nem nada. Tudo em prol dos cofres públicos. A INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB 878 de 15/10/2008 garante isso. Foi aprovada na surdina. Como tudo que é de interesse estatal. Pra que publicidade no país do Carnaval?
Mas fique calmo, o povo (sempre ele), ganhou um presente aham? Leão bonzinho, veja só, em 2008 já não é mais preciso fazer a declaração anual de isento. E quem é que declara que não tem porra nenhuma? A maior parte do eleitorado. A massa. Que fica feliz com Nota Fiscal Paulista e acredita que dimnuiram a burocracia cancelando a declaração de isento.
Pra que declarar tudo que eles sempre souberam, mas agora tem legimitimidade (leia-se instrução normativa RFB 878) pra saber?

Meu Cadillac bi bi!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Será que eu nao vou pro céu?

O moço, deixa eu entrar só pra pegar um leite vai?
Desculpa, mas não posso, já deu 11 horas.
Ah, mas eu sou cliente moço, moro aqui no Ipê, do ladinho do mercado, poxa....
Ce sabe como é, se eu deixar você entrar, alguém vê, quer entrar tbm, ai me complica.
Mas não tem ninguém, eu entro rapidinho.
Não vai dar mesmo, desculpa.
Poxa moço, eu tenho filho pequeno, o leite é pra ele.
Ah, por que não falou antes? Tbm tenho, sei como é. Entra.
Valeu.
****
Não vou dizer que não bateu um peso na consciência, mas eu tava louca pra tomar toddy quente batido no liquidificador. Eu realmente não presto.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O Blog novo é fruto da arte e da santa paciência do Fernando.
Não adianta pedir.
Não passo o contato não.
Você volta mais uma vez. Dentre as tantas que voltará. Me assombra. É teu fetiche. Só pode.
Coloco minha melhor cara de mulher bem resolvida e ignoro o fato de termos terminado um namoro de 2 anos e pouco por e-mail. Tudo bem. Confesso. Fui eu quem terminou. Mas você não gritava. E eu? Ah meu bem, eu contava com teu desespero, com flores e amor no domingo pela manhã.
Mas só veio o silêncio. E o caos. E eu fiquei mais perdida do que sempre fui. Por que eu te amo. E eu te amo tanto que me perco. Amo mesmo contrariando as previsões familiares, sociais e astrológicas. Te amo. Mas eu não sei. Me incomoda. Gostar muito de qualquer coisa que não seja eu. Que não obedeça minha razão ilógica, minha ditadura democrática. Tá feliz? Pois é, eu não. Por que eu te amo. Tanto quanto você lê meu blog.
E então você volta assim. E com presente de Natal. Nós falamos das tuas comidas esporádicas, da minha falta de homem. A culpa é tua. É praga tua. Eu digo e você ri. Eu digo até que procuro um namorado, que ano que vem me mudo pro Paraná ou quem sabe pra Marte. É medo. Só medo. De ter tanto medo assim de você. Você tá feio, engordou, voltar a fumar. Mas mesmo assim me incomoda. Tem tanta gente mais interessante no mundo, mas eu só me interesso por você. E você, você ainda me compra presentes. Tudo que eu queria era que você nunca mais me desse coisa alguma. Mas quando tu fizer isso eu enlouqueço.
Reclamo do teu cabelo grande, do teu carro sempre sujo, da música alta. Você ri. Eu quase me descabelando pra manter a pose de mulher bem resolvida, interessante e gostosa pra caralho e pra que? Você sabe que tudo que eu queria era gritar.
Que dói.
Que tô magoada.
Que odeio você.
Pra sempre.
Mas não.
Você ri.
Acha graça de tudo.
Fala que eu nao devia emprestar cheques pro meu pai. Que graças a Deus minha mãe tá longe e que eu tô magra demais. Que eu devia comer melhor e todo aquele bla bla blá.
A única coisa que eu queria comer era você.
Mas você engorda e eu não quero sair do 38.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

qualquer lá que não seja aqui.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Lido e indicado:
A mãe de Freud- Veríssimo.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Uma defesa preliminar em um processo-crime por uso de intorpecente(leia-se: meio baseado. Pode acreditar. Tem mais de 100 fls.)
Uma réplica em um processo de cobrança contra um escritório que afana pessoas de parcas condições financeiras (leia-se: advogado rico e filho da puta rouba cliente fudido)
Uma inicial contra o Santander, por conseguir transformar uma dívida de R$800,00 em R$11.000,00 em apenas alguns meses(Devia processar ou denunciar à Confederação Nacional dos Mágicos, por exercício indevido da profissão?)
E isso foi só meu domingo Senhor.

sábado, 13 de dezembro de 2008

É só um aperto
Uma dor
Um vazio
É só você
Me esmurrando
Por dentro.
Tentando sair de um peito
Que não é mais teu.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Por que eu sinto menos sua falta quando estou sem você.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Gordas e mal-amadas.

Acho que eu sou a única criatura no universo que (ainda) se indigna com as revistas nacionais de cultura cotidiana. Todas, TOOOOOOOOOOOOOOOODAS sem exceção são escritas pra mulheres gordas e mal amadas. Uma após a outra prometem regimes revolucionários, para perder 317 kilos, até o ano novo, isso comendo hamburguer e sem ginástica ou então a dieta da lua vazia, da banana, do requeijão, da puta que pariu.
Veja só você gordinha, inventaram a fantástica dieta do milk shake e olha só! A barriga da capa é da Solange Frazão, que assumiu publicamente, pra quem quisesse ouvir, só comer talos de acelga. Mas quem é que se importa não é?. Gordas são surdas, só pode. Ou o que é pior, são burras mesmo.
Como é que essas revistas sobrevivem meu Deus! Um monte de gorda maluca que toma milk shake o dia todo na esperança insana de ficar com a barriga igual a da Solange Frazão? Será?
E olha, antem que me queimem em praça pública, dizendo que eu sou contra gordas, devo confessar algo que , se for contado pra qualquer pessoa, evidentemente eu desmentirei: JÁ FUI GORDA! Daquelas que sempre são escolhidas por último no futebol do colégio sabe? Um terror. Fiquei magra com muito boxe, muita corrida na praia e fechando a boca.
Meu corpo de magra e cérebro de gorda não tem absolutamente nada contra pessoas acima do peso, minha revolta (dentre tantas) é contra gente burra e sem bom senso que estimula a indústria do banal, do ócio, da bocilidade.
Pior, quando as manchetes não prometem magreza instântanea sem esforço, fazem algo mais repugnante, oferecem o príncipe encantado, e ele vem numa Mercedes 2009.
Pode reparar, não estou tão louca assim. Tem simpatia, mandiga, depoimento de mulheres que conquistaram o chefe casado, que traíram o marido com o padeiro, que viraram putas e fizeram do sexo ofício. Tem de tudo e pra todos os gostos. Então além de gorda, escrevem pra mal amadas também. Veja só quanta generosidade! Pra quem tem certeza que meu príncipe vem a 5km/h num cavalo manco não consigo me solidarizar com redatoras e editoras e escritoras e fotógrafas tão, tão, tão, hum, ah, é, digamos, criativas!
Aposto que enquanto você, mulher, gasta seu rico dinheirinho com a utopia que te venderam, elas compram silicone, barrigas lipoaspiradas e homens. Sim, já vendem no supermercado sabia?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fechem tudo que for 24 horas.

Detesto coisas que ficam abertas 24 horas.
Sério.
Se não for comida, acho que absolutamente nada devia ficar aberto pra sempre. É uma heresia.
Já reparou que você sempre resolve comprar coisas que não resolveria comprar justamente por que sabe que ali, logo ali do lado, tem algum lugar aberto? Vendendo de chocolate à desinfetante pra xixi de cachorro?
Um inferno.
Pessoas como eu, passionais e incoerentes, sempre resolvem que podem morrer se não comprarem um ferro de passar( produto que, diga-se de passagem eu sempre vivi sem) as 4 da matina.
Não dá pra viver assim. Fechem tudo, tudo tudo. Inclusive as borracharias. Eu não tenho mais carro.

domingo, 7 de dezembro de 2008

É só um vazio. Vazio inteiro. Metade de vazio. Consome, arde, grita, explode. E mesmo com tanto movimento não se preenche. Permaneço como se nunca tivesse existido sentimento aqui. Não sinto. Mas sinto tudo demais. Não choro. Mas vivo aos prantos. Já pus placa de "vende-se". Ninguém comprou. Mudei para " aluga-se". Talvez fosse mais fácil. Ninguém alugou. Agora aqui só tem um "DOA-SE". E mesmo assim. Ninguém aceita. Todos os contratos dizem a mesma coisa. A mesma língua inaudível. E eu não consigo interpretar. Eu sou vazia. Transbordo. O que ninguém compra. O que ninguém aluga. O que ninguém aceita em doação.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Del vale de uva, certezas e riscos.

Tocava qualquer coisa bem baixinho, do Caetano, no som que tinha na sala. Ele fez questão de deixar tudo na penumbra. Era preciso clima de despedida, de merda, de fossa, tudo junto. Ele queria mesmo torturá-la. Era preciso, mais, era vital. Ele e ela sabiam.
Ela tinha aceitado a guerra medieval. Queria terminar com aquela porra toda com o mínimo de dignidade, se é que isso era possível.
No elevador foi pensando se deviar ficar muda enquanto ele a acusava de ser leviana, irresponsável, imatura e aquele monte de adejetivos que ele gosta de usar, que o faz parecer um homem de 40 anos. Pensou também em falar a merda toda, dizer que não queria mais, que tava sufocada, que não dava, que ele era somente mais uma das metades, entre tantas. Por fim, pouco antes de tocar a campainha do hall, pensou em dizer que estava confusa. Alguma amiga tinha dito dia desses algo do gênero , pra alguém, em situação parecida, e tinha funcionado, se ela bem se lembrava, mas não havia tanta certeza assim sobre isso.
Foi desse jeito que entrou no apartamento. Indecisa, confusa, vestido preto curto, cabelo dessarumado e sem calcinha, como ele gostava. Afinal , uma transa, aquela altura, podia ser o gran finale ou então um tiro de misericóridia. Ela não queria arriscar.
Essa era a única certeza. Não queria mais arriscar porra nenhuma. Que se danasse ele, os sentimentos dele e todo o resto. Ela só tinha ido mesmo pra tal conversa, por que seu passado remota de boa menina a torturava e a moça do caixa do supermercado havia dito categoricamente que ele merecia ser ouvido.
Jamais contrarie as previsões , conselhoe e mandingas de moças do caixa do supermercado. É sério.
Tinha qualquer coisa no forno. Duas garrafas de vinho vazias, no canto do sofá. Ele fez questão de deixar ali, justificariam uma provável atitude idiota da parte dele.
Frisou que esqueceu de comprar o del vale de uva, mas que tinha água, já que ela não bebia. O tom de crítica era evidente. Será que ele acreditava que, caso ela tomasse alguns porres no final de semana, a relação poderia ter sido salva?
Não se sabe.
Ela ficou calada. Ele ficou mudo.
Transaram.
E transaram e transaram.
Sem palavras.
Só o vestido dela jogado no canto da sala, por cima das garrafas de vinho.
A cena era ridícula. Ela nua, de scarpin, olhando pela janela. Aquele silêncio era pior que toda a dúvida do elevador. Aquele silêncio era certeza. E ela não queria certeza, nem risco.
Ele acendeu um baseado, não se antes perguntar " Tu pode fazer o discurso de financiador de traficante depois?"
Mas ela não queria falar nada, só sair dali correndo e nunca mais voltar pro país, ou pelo menos não ter de olhar pra cara do porteiro, quando ele a visse saindo do carro dele.
Pois é, até o porteiro sabia que eles deviam se largar.
Maldita moça do mercado.
Ela sentiu sede.
Tinha del vale de uva na geladeira.
Del vale, riscos e certezas.

Acidez.

No MSN nosso de cada dia... - Por que tu me tirou dos links do blog? - Por que tu é chata. (Ela podia ter sido menos direta vá!) Na pós... -É, mulher nasceu mesmo pra esquentar barriga no fogão e esfriar no tanque. -E tu com esse pensamento, não demora muito a virar corno! (Pelo silêncio que tomou a sala, imagino que eu deva ter perdido um pouco a elegância ) No carro... -Se tu não tá dando pra ninguém e a gente já trepou tantas vezes, qual o problema em dar pra mim? -Tô com preguiça. (Intimidade é mesmo uma merda)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Por que eu vivo num país onde beber mais que 0,33 de álcool é crime, dá cadeia, nego perde o carro, toma multa. E mesmo assim a droga é lícita.
Mas se o mesmo nego for parado na blitz e tiver consumido 60 g de cocaína não dá nada não. Nadinha. No máximo uma advertência ridícula do juiz. Isso se ele for pego consumindo, claro. E, ainda assim, a droga é ilícita. Vai entender, depois eu que sou estranha.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ele me dá frio na barriga.
Ainda diz que tá louco pra me ver
Perdeu o pudor.
Mas não o afeto.
Eu juro que vou sumir.
Mas volto.
Por que se não quero ele, também não des-quero.
Eu grito, choro, esperneio e não raro fico muda.
Mas ele permanece lá, incólume e alheio a toda essa ventania que sucede a cá.
Interrompe meu discurso sobre cachorros de rua pra dizer que tá com sono.
Mas não vai dormir.
Então é a vez dele.
Me pergunta coisas de um passado remoto, distante, presente e eterno.
Eu olho, apática, como se não soubesse responder.
Mas eu sei.
Só não posso.
Dou vivas pelo subjetivismo, aprendido nos textos obscenos de Nelson.
Recuo com a porta escancarada.
Só pelo prazer de vê-lo procurar as entrelinhas de um texto não escrito.

Valores: será que o seu tá debaixo do meu tapete?

O cenário era o treino. De boxe. Por que academia dessas que a mulherada combina o tênis com o frufu do cabelo não tenho mais saco não. Ouvir tiozinho bombado falar da última balada então? Esquece. Juro que me dá náusea.
Disseram que ia ter uma festa. Eu, como todo ser anti social que se preze, saí do assunto, peguei minhas caneleiras e fui fazer glúteo, afinal, o mundo pode acabar, mas minha bunda estará dura, pode apostar que sim. E se for futilidade querer uma bunda dura, eu admito, sou fútil para caralho.
Mas o assunto volta. É o tipo de assunto que sempre volta. Falavam de datas, horários, pessoas, o que ia ter, não ter e todo aquele bla bla bla irritante pré festa. Odeio essas conversas. Alias eu odeio um monte de conversas, eu sou chata mesmo. Tão chata quanto fútil por que quero minha bunda dura sem ter que falar sobre festas. Não quero falar porra nenhuma e pronto. Decidi que ficaria alheia.
Mas um ser iluminado grita do outro lado: "Samantha, chega aê". Puta que pariu. Não dava nem pra fingir que eu não ouvi. E eu sou especialista pós graduada nisso. Só escuto quando quero, mas não tinha jeito. Fui lá ver o que eles queriam. Duas meninas falavam algo sobre "causar"..." beber", "mais vodka" e "tem que ir até o sol nascer". Dialeto que desconheço. Do outro lado era pior: "tem que trazer as amigas"..."pô, a Fulustreka tá namorando? Não tem problema não"..."Quem não aguenta, não entra" e outros do mesmo gênero.
Cara, como não ser e naõ estar e não permanecer solteira assim? Cadê as pessoas bacanas do mundo todo? Será que estão em festa, bebendo, cheirando, trepando e postando no you tube?
Longe de mim ser moralista, acho que todo cidadão tem o direito de fazer o que bem entende, principalmente se ele paga suas contas, mas me impor um estilo de vida, ainda que seja ele a nova onda mundial, tá longe meu bem, tá longe.
Não bebo, não fumo e não faço mais sexo casual. E isso tudo é um problema meu. Só meu.
É obvio que já fiz ( e faço muita merda), mas nunca levei como standart.
Entrei muda e saí calada.
Vou pra festa porra nenhuma.
Morro com o título de anti-social, antipática e todos os anti que quiserem me dar, mas submeter meu estômago a essa gente sem graça, vazia e com valores absolutamente deturpados não vai rolar. Não mesmo.

sábado, 29 de novembro de 2008

Sexo
Sexo
e mais Sexo.
Todo o sexo do universo.
Com letras máiúsculas, por favor.
É só nisso que consigo pensar.
(SOCORRO!)
Assistir "A Favorita" pra ver se rola uma bitoca do cometa com a esquisita tá foda.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Estou de dieta.
Não como mais idiotas.
Odeio gente politicamente correta, que esfrega na minha cara (e na do mundo) uma verdade que não tem e uma felicidade que não sente.

Cabelo novo, resinazinha e a loira.

Meu vizinho era esquisito. Tinha o cabelo estranho, nem grande, nem curto, nem nada. Tinha uma parte do dente da frente quebrada também. Tá, tudo bem. Era pequenininha, mas tava quebrada. E era só isso que eu via nele. Nem aquele carro de 1970 incrível que ele anda, que mais parece uma lata velha, nem os mil sorvetes de morango que ele me chamou pra tomar, nada, nada.
Eu só via o dente quebrado e o cabelo estranho.
Pois bem, de tanto boicotar o moço, as mensagens, antes abundantes, escassearam. O sorriso espontâneo, ficou mais amarelo que o da síndica. E olha que pra ser mais sem graça que aquela portuguesa filha da puta tem que ter talento pra cacete.
Dia desses, entrei no elevador, apertei meu botão e quando a porta tava fechando - pra minha felicidade- (odeio pegar elevador com mais gente. É sério. Parece que sempre tem o Luiz Fernando Veríssimo, no super sincero , me olhando pra todas minhas milhões de imperfeições, pode ser coisa de maluco, mas prefiro fechar a porta correndo ou fazer hora pra poder subir sozinha, eu confesso.). Enfim, nesse exato momento ele entra, com uma loira. (confesso que tbm odeio loiras se elas estiverem com o vizinho), cabelo cortado e pasmem, resinazinha no dente! Pultaquemepariu!!! Ele resolveu aquilo tudo numa tarde barbeiro-dentista e eu me fudi. Boicotei o moço. Tem mais jeito não.
Nesse exato momento me vem a cabeça minha síndrome de percepção retardada. Será que não era óbvio que ele podia resolver tudo aquilo, assim, numa segunda feira? Não devia eu ter pensado na docura, no sorvete, nos DVDs que eu nunca fui ver com ele? Merda.
Fiz cara de paisagem. A distância do térreo pro quinto parecia interminável. A cidadão fazendo chamego nele.
Rezo pra que ela seja burra, chata, filha de uma mãe psicótica-dependente e tenha chulé.
Muito justo, afinal, não posso bater na porta do vizinho e dizer,: Olha, agora que você cortou o cabelo, colocou resina no dente e tá namorando aquela loira gostosona, será que o sorvete tá de pé?
Ou será que posso?

domingo, 23 de novembro de 2008

Gostaria.

Eu gostaria de ser menos densa.
De sentir menos.
De ser mais vazia, talvez.
Gostaria de não ter tanto medo de ficar velha, szoinha, sem marido, sem filhos, sem netos.
Gostaria de poder não fingir que tenho esse medo todo dia, quando coloco minha cara de mulher bemresolvidapagadoradecontas e saio pra trabalhar.
Gostaria que todo o Universo enxergasse que, olha, eu nem sou tão forte assim.
Gostaria que minha mãe fosse menos louca, meu pai menos ausente.
Gostaria de ter um canto pra passar o Natal. Não nenhum dos que me ofereceram, nem os tradicionais. Um canto que fosse meu.
Gostaria de ter vontade.
Gostaria de não sofrer tanto com a libertação do sexo casual.
Gostaria de beijar na boca, andar de mão dadas, jantar sem estar inclusa na conta.
Gostaria de tanta coisa que já nem sei mais.
Venho por meio desta quebrar o silêncio que eu havia prometido pra mim.
Marcelo Camelo está namorando Mallu Magalhães, uma fedelha de 16 anos, cuja musicalidade ímpar lhe rendeu um CD produzido por Roberto de Oliveira (o mesmo produtor de Chico, diga-se de passagem).
Agora tenho motivos de sobra pra me jogar da ponte.
Adios.
Gil, Gil e mais Gil.
É só o que eu tenho pra dizer.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Leve-a, pois.

Na minha alma só sobrou poesia.
Não, não tem mais nada lá.
É pena.
Poesia mata.
Alguém me pede o CD novo do Leline emprestado, peloamordedeus.
Eu juro que nem precisa devolver.
Lenine não dá.
Chico não dá.
Até João Bosco não dá mais não.
Pega na minha mão.
Diz que eu fico linda quando tô brava.
Fala que adora minha mania de eco-chata que ainda usa milhões de sacolas de supermercado.
Vai, colabora.
Com qualquer coisa.
Colabora, mas vai embora.
Na minha alma só tem poesia.
E poesia, mata.

Querido Papai Noel

Esse ano vai ter que rolar um super presente.
Eu que já não bebia, não fumava, agora dei pra não trepar também. (o "dei", no caso, é figura de linguagem)
Justo não?
Juro que eu tô procurando o sapo, pra ver se meu nome tá na barriga do bichano, mas não tá fácil, tá fácil não.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Morar sozinha, ter dois empregos e duas cachorras pode não ser algo muito bacana numa terça feira com cara de chuva.
Acordo, pouco mais de 6 hrs. A casa tá um caos, parece que passou por ali o próprio Katrina. Mas não, moro só eu. Não posso botar a culpa em ninguém pela pia cheia de louça, nem pela toalha molhada que dormiu ao meu lado essa noite.
Preciso lavar o banheiro. A Jade insiste em fazer xixi no tapete. A penelope faz também por que a outra fez. Tá foda.
O cesto de roupa tá cheio e ainda tem algumas calcinhas que eu coloquei de molho (há séculos) por que grudou cera da depilação. Nem santa Brastemp resolve. Penso que quero minha mãe.
Tô com fome e sem nenhuma inspiração pra fazer um café da manhã decente, que mantenha a minha barriga incrível do mesmo jeito que ela foi dormir. Desisto de comer. Viva a vida saudável.
Tomo banho e penso que ao invés de mãe eu preciso de um marido rico. Bom, considerando a minha pequena falta de sorte nos relacionamentos, é melhor que eu ganhe mais e contrate uma empregada. Nem que seja só pra reeducar minha cachorra de 13 anos, cardíaca. Pelo amor de Deus, ensina ela a não fazer mais xixi no tapete! Não, não, não precisa fazer faxina, nem limpar vidro, teto , nem nada disso. Só deixa meu tapete limpo, pra quando eu sair do banho não molhar mais meu pé no xixi alheio.
Ainda tenho que descongelar a geladeira. Ó ceus, alguém me dá uma frost free de Natal? Hein? hein? hein?
Tô atrasada.
Pra variar.
O celular toca.
Quem é o filho (a) da puta que me liga antes da sete da matna?
Só pode ser castigo divino, só pode.
Talvez eu escreva um livro e intitule "RELATOS DE UMA VIDA MODERNA" ou quem sabe "MORAR SOZINHO E SER FELIZ- VOCÊ PODE" ou ainda o clássico "GUIA DA FAXINA RÁPIDA PRA QUANDO SUA MÃE VEM TE VISITAR NO SÁBADO E PRECISA ACREDITAR QUE TÁ TUDO NA MAIS PERFEITA ORDEM MESMO VOCÊ TENDO SAÍDO NA SEXTA E ACORDADO ÀS 2 (ELA CHEGAVA AS 3)"
Quem sabe fico rica e compro uma frost free.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mas eu não podia.

Mais um plantão do CVV.
Meu dia é no domingo. O corujão. Da meia noite até as 6 da matina.
Pode ligar 141 (se você mora em Santos) ou 13 3234-4111 (do resto do mundo todo) nesse dia e nesse horário que eu vou atender.
Cvv boa noite?
Não foi mais uma noite normal.
Já atendi de tudo por aqui. Gente que quer se matar, gente que quer matar o alheio, homem que come travesti e liga pra contar que não consegue deixar a mulher, mães com filhas gays que não sabem como lidar com o mundo. Já atendi trote, telefone desligado, mudo, choro, grito e nego que quer falar da economia mundial às 3 da manhã.
Poucas vezes me envolvi.
Fui treinada para isso. Por meses.
Nessas poucas vezes quem estava do outro lado da linha não soube (e nem podia) mas eu chorei.
Mas hoje, hoje foi pior.
Chorar é expressão. Demonstra um sentimento. Não importa se alegria, raiva, frustação, medo.
Demonstra e pronto.
Mas não chorar, por falta de matéria prima, é foda.
A moça me dizia que cansou de ser sozinha.
Que estava cansada de estar cansada.
(pausa pra dizer que relatar a ligação não é quebra de sigilo. Não sei o nome, idade, RG e nem onde ela mora)
O filho era um inútil. Só lembrava dela pra pegar o carro.
O pai? O pai nunca ligava, a não ser que precisasse de ajuda, pra resolver algum problema.
O ex-marido trocou mais de 10 anos de casamento por uma vadiazinha qualquer, de bunda dura.
Todos os caras que ela se envolvia, sem exceção, só queriam sexo. Não pagavam nem uma coca coa no motel.
O analista era um banana, que não falava nada, não acrescentava. Pior, ela ainda pagava no final do mês.
A conversa, deprimente sim, mas normal até então, quando você é voluntária de um pronto socorro emocional gratuito, passou a doer quando ela disse:
"- Olha Samantha, tudo que eu queria era me apaixonar. Eu não consigo mais, acho que perdi o dom."
Tive vontade de chamar ela pra um café, de falar mal de homens, de dizer que eu sou bem resolvida, pago minhas contas, estudo, corro, sou gostosa pra caralho, inteligente e mesmo assim não aparece ninguém interessante na minha porra de vida interessante.
Queria que ela dissesse se me acha exótica demais. Será que o problema é por que não bebo, não fumo, não uso drogas, não vou pra balada e abri mão do sexo casual? Será? Será?
Queria chamá-la pra correr junto comigo, as 23, depois da pós.
Mas eu tive que ficar quieta, ouvindo ela chorar, fazendo o "espelhinho" de Karl Rogers e pensando na minha capacidade de não me apaixonar.
Deve ser praga.
Só pode.

sábado, 15 de novembro de 2008

Conversas de msn

- Ana, são 14:06, estou indo na casa do meu ex buscar as minhas coisas, me liga as 14:50? Meu tel precisa tocar, ele precisa acreditar que as pessoas me ligam num sábado à tarde. Não se incomode se eu chamá-la de meu amor e dizer que hoje não tava afim de cinema não.
Pega todas tuas coisas e vai embora.
Não vou pedir por favor.
Eu vou gritar, te escurraçar, te dar na cara.
É assim que deve acabar um quase grande amor.
É isso que fostes.
Tu e essa mania detestável de segunda pessoa do singular.
"Não entendo esse sopro todo, essa ventania que me invade. O grande amor ja passou por aqui, já parou, já ficou...e já foi. Não segurei firme, nem finquei unhas, apenas sangrei. E deixei ir." (MV)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

as metaaaaaaaaaaaaaaaades
da laraaaaaaaaaaaaaaaaaanja
dois amaaaaaaaaaaaaantes
dois irmaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaos
meu lado brega vai ver Fábio Júnior, e se descabelar por que a porra da laranja estragou.

Ele só tem 21 Deus do céu!

O moço só tinha 21.
E ela sempre disse que menos de 30 não dava não. Que bebam leite. Dizia sempre. Aos quatros ventos.
Mas era um tesão filho da puta.
Um tesão moreno, de mais de metro e oitenta, boca incrível e aquela cara de moço de 21.
Ia no cinema, gostava de andar de bicicleta, até naquele bar exótico que só ela gostava o moço ia.
Mais que isso só se trepasse melhor que o ex. De 30. Seria pedir demais?
Ela não tava numa fase de pedir muita coisa mesmo.
Só me leva pra comer pipoca, fala do teu cursinho e me olha como se eu fosse uma balzaquiana.
Tá ótimo.
Não não. Me leva pra comer pipoca, fala do teu cursinho, me olha como se eu fosse uma balzaquiana e faça um sexo fantástico. Ou não faça, mas fica quieto e deixa eu resolver isso de uma vez.
Pronto.

O moço do correio

Eu lembro que quando era pequena, nuns dois ou três aniversários, quando eu já tinha saído do inteiro e vindo morar na Terra de Gente Estranha, vulgo São Paulo, meu pai me mandava telegrama nos meus aniversários.

Naquela época eu não entendia bem o que era a tal carta rápida e achava que meu pai era o melhor pai do universo, afinal, ele tinha paralizado até o moço do Correio pra trazer o recado dele!

Achava sem graça até as relações de comercial de margarina que as minhas amigas tinham com seus pais, aquela perfeição toda, os passeios pros campings de Itú, pra praia de Praia Grande (que eu tenho pânico, terror e aflição só de pensar), os almoços de domingo, o levar e buscar no colégio, nada, absolutamente nada disso podia ser maior que meu pai e seus recados pelo moço do carteiro.

Não adiantava minha mãe dizer que ele não prestava, que ele não pagava pensão, que cada hora tava com uma namorada nova, que em geral tinham pouco mais que minha idade, que ele tinha seis carros na garagem enquanto nossa marajó tava com o motor fundido, que isso, que aquilo, que aquilo outro e aquele monte de elogio que mães separadas fazem sobre pais filhos da puta.

Nada adiantava.

Meu pai e seus recados pelo moço do Correio era muito maior.

Não me importava se ele ligava a cada seis meses, só pra saber se mamãe tava namorando e esquecia de perguntar todo o resto. Você tá bem? Tem roupa, sapato, comida?
Não, não.
Ele me mandava recados.
Pelo moço do correio.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

E viva os 32!!!

Solteira mal resolvida. Procura-se.

Eu sou a pessoa mais mal resolvida que eu conheço no mundo.
Não fosse a inconstância que num momento me faz pensar que eu nunca mais na vida vou transar com meu ex namorado, aquele músico esquisito por que eu me apaixonei um dia, e no momento seguinte me leva a planejar um strogonoff seguido de sexo, com ele.(o strogonoff apenas para disfarçar a real intenção, óbvio), haveria ainda o que chamo carinhosamente de estabilidade emocional latente, uma espécie de distúrbio pós moderno. Certeza que Dráuzio Varela confirmaria, nessas palavras, caso a doença existisse mesmo.
Essa instabilidade emocional latente, provocada pela absoluta falta de estrutura familiar (nesse caso não é desculpa de psicoterapeuta falida, num quadro desses programegos da tarde, é a pura realidade mesmo), eu ainda seria absolutamente mal resolvida.
Eu não sei o que eu quero.
E nem o clichê do "mas sei o que eu não quero", rola no meu caso.
Não sei nem uma, nem outra coisa.
Aliás, não sei de porra nenhuma ultimamente e antigamente.
É um verbo próprio, impróprio, definido e indefinido, tudo ao mesmo tempo. Não há semântica que explique.
Há uma mistura plena de tempos, pretérito, perfeito, mais que perfeito, imperfeito. Junta-se o presente, o do subjuntivo e o outro que eu já também não sei, e o futuro.
E eu fico ali, parada no meio de tanta gramática, tentando entender esse meu talento nato pra pessoas complicadas.
Eu estou solteira.
Mas é como se nunca estivesse.
Por que moro com todos os meus fantasmas e todo dia antes de dormir eu abro o armário, eu olho embaixo da cama, até naquela caixa de quinquilharia eu mexo todo santo dia, só pra ter certeza se todos eles estão lá. Seria impossível dormir sem um deles.
E no exato momento que alguém entra na minha vida, o que não é comum, vira fantasma, eu boto numa prateleira qualquer e todo dia antes de dormir vou lá, pra ter certeza se ele não aprendeu a voar, a passar pela porta, ou qualquer outra artimanha do ghost.
Não , não. Todas minhas caixas, meus armários, e a parte debaixo da minha cama são muito bem trancadas.
Às vezes penso que uma hora dessas não vai caber mais nada lá. (o lá é aqui)
Mas essa multidão toda me dá segurança.
Uma segurança mórbida mas mé dá.
Ninguém pode me machucar, me magoar, me deixar triste.
Eu tenho meus fantasmas, que são só meus.
E estão ali, dia após dia, de braços abertos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

me leva pra ouvir musica amanha?
me conta uma história de amor impossível?
me diz que saudade não mata ninguém?
Anunciaram a chegada do Papai Noel.
Sério.
Não tô pronta pro Natal.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Gozai-vos (nos) irmãs!

Toda mulher deveria saber gozar. Não com ajuda do alheio.
Evitariam-se relacionamentos medíocres, com fodas mal dadas aos fins de semana.
Evitaria-se a humilhação de um amor não correspondido.
Evitaria-se o a-romantismo dos abrúpedes.
Toda mulher devia saber gozar. Não com a ajuda do alheio.
Gozar, por si, é libertação, num país onde a bem pouco tempo mulher casada tinha Estatuto ( década de 60) e perdia, relativamente, sua capacidade civil.
Dum lado os machistas hipócritas, falsos morialistas de merda, envoltos na esfera da putaria legitimada, nonde o macho pode tudo e a fêmea apenas procriar e cuidar da prole. Do outro, moçoilas desvairadas que enxergam a relativa incapacidade civil, criada pelo legislado em 60 e poucos, como algo mui justo, tendo em vista a união com um ser do sexo oposto, o que, por óbvio, demonstraria sua incapacidade, afinal, não se uniu ela a uma ameba?
Toda mulher devia saber gozar. Não com a ajuda do alheio.
Nós não tínhamos CPF.
Morríamos em nome da legitima defesa da honra.
Queimamos sutiãs, calcinhas e todo um aparato apenas para alcançar uma utópica igualdade que, confesso, nem sei o que fazer com ela.
Agora não, agora de tanto que mentiram pra nós, mulheres, a gente até tá se achando muito igual, igual demais.
Essa igualdade não existe.
A gente apenas aprendeu a gozar.
Graças a Deus.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A menininha não usa Giovanna não meu amor. Ela apenas anda de mãos dadas com "teu" homem e tem coragem de escrever o que você deletou. Simples assim.

Um porre.

Hoje uma amiga me passou o blog de um cidadão que se entitula cafa. (O "cafa" no caso vem de cafajeste)
O sujeito pretende (de maneira modesta e com muita humildade) ser uma espécie de auto-ajuda-de-araque pra mulheres.
Bom, só se for pras mocinhas de 18 anos que ele anda comendo por aí e que, carinhosamente, ele chama de lanchinho. Me recuso a acreditar (usei a próclise no lugar da ênclise- que seria a correta- mas ele não entenderia isso) que uma mulher madura, bem resolvida e com mais o que fazer consiga achar graça naquela merda. Sério.
Minha amiga lê por falta do que fazer. Certeza.
O que me deixa mais indiganada, pra não dizer frustada e totalmente discrente da minha raça (por raça entenda "mulher, o bicho besta") é que um monte de criaturas perdem seu tempo lendo aquilo. Texto mal escrito, português sem graça, estórias faraônicas e repetitivas.
Ele come todo mundo.
Vai pra balada.
Fala dos "lanchinhos", da "geladeira", do "combo de mensagens apaixonadas"..bla bla bla.
Sem graça.
Será que todo babaca acha que mulher liga no dia seguinte? Que manda mensagenzinha de amor?
Não meu bem, "EU NÃO LIGO NO DIA SEGUINTE E ODEIO ESCREVER NO CELULAR. NÃO MEU FILHO EU NÃO VOU NA SUA CASA VER FILME COM VOCÊ E ACHAR QUE NO FINAL DELE NÓS NÃO VAMOS TRASAR. É MUITO MAIS PROVÁVEL QUE EU TE COMA E VÁ EMBORA. EU JÁ SEI QUEM É O AMOR DA MINHA VIDA."
Pior que isso. Chama o pau de mininão.
Porra" Não fóde meu filho. Nenhum homem que se preze chama o pau de meninão.
Pensem comigo:
Você tá lá, no maior amasso com o cidadão, louca pra dar, mas fazendo tipo.
Até ai, normal, mulheres as vezes fazem tipo. Bom, quase sempre a gente faz tipo. Se for na primeira vez então, é praxe.
Bom, voltando ao foco da questão, você tá lá. Linda e gostosona, com sua depilação de R$60 cherósa, bem arrumada e com seu papo incrível e a boca da Angelina Jolie, afinal, a propaganda jurava que o batom deixaria voc~e assim e o filho da puta, no meio do clima diz: "Pega meu meninão".
Cára, só vejo três alternativas:
A- Sair correndo literalmente e rezar pro pai do meninão não ter seu celular. Se ele tiver você compra um OI, resolve de uma vez essa indecisão de mudar de operadora e de quebra, além de se livrar daquele ser medonho, ainda fala de graça três meses, de OI pra OI ou pra fixo. ótimo.
B- Senta o moço e dá um aula de coisas brochantes pra ele. Diz que ele não pode falar mais "meninão", nem fazer competição de arroto ou achar que toda mulher gosta de ter sua cabeça empurrada pra baixo, quando faz, ah, digamos, bom, esquece. Não meu querido, tem coisas que só funcionam em filme pornô.
C- Fingir que não ouviu aquela merda e tentar salvar a transa. Mas acho isso muito improvável a não ser a carência (leia-se necessidade) for gritante.
Desde que comecei a escrever me permeti falar qualquer merda que me dê vontade, mas daí a ter a pretensão de acreditar que isso é auto ajuda, tenha dó né? Bom, eu escrevi um post inteiro praquele merda só pra dizer que se, um dia, por acaso, vocês encontrarem na internet um blog com essas características, não leiam. Óbvio que não vou passar o link por que todo mundo iria lá. É isso. Samantha muito revoltada com aquele bosta.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Não tome café com a minha metade.

Não você não vai levar minha metade pra tomar café de novo não.
Não adianta mentir, disfarçar, chamar pra jantar.
Minha metade não acredita mais em você.
Ela não quer te contar como anda a minha vida.
Também não quer saber da sua.
Acredite.
Minha metade não quer mais saber de você.
É cruel, insano e doentil.
Minha metade ouve Nara Leão, enquanto a sua? Ah meu bem! a sua toma um porre em um lugar qualquer, cheio de gente qualquer, com sentimentos qualquer.
Desista.
Minha metade foi procurar um inteiro.
Talvez numa esquina blassé.
Que pague a ela um sorvete, quem sabe o jantar, ou até mesmo o café.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Mulherzinha

Sabe aqueles dias em que você acorda, com uma vontade louca de escrever algo bacana, isso pra quem gosta de escrever, claro, e simplesmente não consegue?
Coisa chata, coisa triste, coisa que irrita.
Não dá pra falar de amor. Eu mesmo já me cansei do meu amor pra vida toda, amor pra toda vida. Não adiantaria ligar pra ele e contar que ouvi o CD novo do Lenine (aliás, bom para cacete- Labiata) e dizer que pensei nele. Ele diria que me ama também. Mas eu não posso mais ouvir isso. Eu tô indo pra SP, vou fazer mestrado, vou aprender francês. Fica meu amor, fica e me espera (me). Eu volto juíza.
Também não dá pra falar de política quando a disputa eleitoral na maior cidade do estado em que você vice é entre o Louco e a Puta, em síntese. Isso sem dizer que aqui na província onde vivo, talvez tenha sido pior. Levou quem rouba mais. ladrão antigo. Bem coisa de brasileiro burro, que vai ficar reclamando na fila de algum hospital medíocre, sem médico, sem remédio, sem leito. Muito bem feito. Não tenho dó não.
Também não dá pra falar de gente. O mundo anda decepcionante. Todo mundo perdeu o senso, a ética, o respeito e uma porrada de outras coisas, abafadas numa balada qualquer, dentro de mini-saias, mini-cérebros. Gente chata. Gente estranha. Gente esquisita. Gente vazia, gente oca, gente que nem é mais gente. Talvez eu também não seja. Toda essa inquietação, que insistem em rotular de rebeldia tardia, coisa de pré-adulto, seja apenas resquício de outros tempos.
Também não dá pra falar de tantas outras coisas, como do mendigo sensacional que falava francês, que eu encontrei na Paulista, a última vez que fui em SP ou então da minha luta, que vai ser no dia 01/11 e tô súper afim de quebrar a cara da cidadã.
Mas não dá pra falar de coisa nenhuma.
Eu tô ouvindo lenine.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mas não adianta. Ela é a menina da melissa roxa. Ele é o cara do all star sem cadarço. Ela é a mulher do batom vermelho e vestidinho preto de babado e ele é o cara do escondidinho. Não dá jeito certo, não tem receita não.
por Cecília, por que nem todo mundo alçança.

Procurando sarna pra me coçar.

Ela queria vê-lo.
Era dia de chuva. O campo neutro (expressão criada após tantos términos, servia pra designar o local onde não se podia levar outro alguém, nem beijar ninguém que não fosse ela) era aberto. Ela daria "na cara" se fosse lá.
Mas ia.
Queria vê-lo e pronto.
Botou uma blusa bacana. Roxa. Colocou um sutiã daqueles que deixam os peitos enormes. Primeiro por que fazia bem pra auto-estima de qualquer ser que use saias ter um peito incrível ( e daquele tamanho), segundo por que queria que ole olhasse. Não importava quantas mil vezes ele tinha visto, mesmo sem a roupa. Ela apenas queria que ele olhasse.
Passou o 212, da Carolina. A amiga jurou que ainda estaria nela, lá pelas 6 da matina, ou até mesmo no dia seguinte, quando ela pretendia acordar na cama dele. E, óbvio, empregnar tudo com aquele cheiro que nem era dela. Era da amiga. Mas não importava. Ele lembraria. Tava bom.
Foi de Melissa. Ela adorava Melissa. E ele também. A Melissa era roxa. Ela se sentia incrível por usar uma Melissa roxa, do tipo "vovó vai na missa".
O resto era usual. Jeans básico, calcinha de algodão. Sem brincos.
Secou o cabelo. Fez maquiagem.
Tava linda.
Ele perceberia.
Certeza.
Mas ele não foi.
Ela dançou Meu Esquema sozinha.
Dispensou o Cesinha maluco (aquele jornalista bêbado super inteligente, que usa o bigode do Che e tem uma queda por mulheres feias, que não era o caso dela. Claro).
E voltou pra casa.
Maquiagem borrada.
Cabelo com cheiro de cigarro.
E em casa só a gata, sem a sarna.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Viva o panetone, o bom velhinho e as mocinhas que fizeram tudo certo esse ano.

Hoje fui ao mercado sete da matina. Pois é, morar perto de um Pão de Açúcar, pode ser algo muito problemático, quando se é uma pessoa estranha, cheia de vontades proporcionais a essa esquisitize. No caso, eu queria comer biscoito de gergelim (aquele do pacxote verde) com patê de saquinho da Sadia (só se fosse de presunto) ou então de Bacon (mas aí seria potinho). Super normal, se eu estivesse grávida e não fosse de madrugada. Convenhamos que pra uma quarta feira de sol, sete da manhã é horário que nem o galo acordou. (e tá certo ele).
Lá fui eu, no meu modelito "mamãe isso é quase um pijama", assustar toda a terceira idade (absoluta maioria em Santos), que frequenta esse tipo de estabelecimento a esse horário.
Já tinha pego tudo que me interessa, além dos ovos e manteiga da Lú, e daquelas coisas naturebas, como boa natu-hipocondríaca que sou, quando me deparo com a minha infância ali, gritando, cheirando, me comendo. Panetone da Bauducco! Puta que pariu, meus olhos brilhavam. A tal sensação de água na boca só faz sentido nesses momentos. Resolvi que uma caixa seria demais. Até por que, eu comeria 1/2 kilo de panetone feliz e contente. Não haveria o que guadar, nem como dividir.
A razão me fez optar por míseros 80g, numa caixa que dava a entender que havia algo em torno de 200g. Maldito capitalismo.
Atire a primeira pedra quem nunca abriu nenhuma embalagem, no caminho de casa pro mercado. Foi o que fiz. Atire outra quem nunca deixou de abrir o portão de casa, por que estava ocupado demais comendo algo incrível, no meu caso o panetone, e não dava pra parar.
Eu parecia uma criança, que ganhou um sorvete na casquinha, e não pode parar de comer pra não derreter e sujar toda a roupa, frase que a mãe pragueja a cada 5 minutos.
Fiquei parada na porta do prédio, com as sacolas apinhadas numa mão e com meus 80g de felicidade na outra.
Lembrei de todos os Natais que eu fingia dormir pra ver o Papail Noel, lembrei das tantas listas que fiz, com todas as minhas boas ações. Lembrei do cheiro bom que ficava pela casa e da louça, que no outro dia, invariavelmente era da irmã mais nova. Lembrei de mamãe, que hoje no céu, ainda deve dá risada quando como castanha e sujo as unhas, o cabelo e o caminho pra cozinha.
Dizem que a felicidade é efêmera, está no acaso, se concretiza de pequenos momentos.
Nunca imaginei que a minha viria numa caixa. De 80 gramas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Do mesmo jeito que você deixou. Eu continuo.
Sim, ainda sou a mulher da tua vida.
É pena que não caiba tanto eu em você.
É pena.
É sempre a mesma voz de coitada. A mesma tão conhecida auto-piedade. O mesmo terror psicológico.
Acho que minha mãe foi treinada pela Al-Kaeda.
É sempre o mesmo drama. O mesmo trauma. O mesmo maldito medo.
De que ela morra atropelada, tenha uma cirrose ou simplesmente suma, vire uma andarilha.
Mas nada disso acontece.
E eu me sinto uma idiota, capaz de brigar com o mundo todo, menos com a minha própria mãe.
Eu me rendo.
Eu me vendo.
É mais fácil ou menos difícil, como queira.
Acho que ao lado dos armários do "ex", criarei um pra ela. Só dela. No lugar mais alto. E ela não sairá de lá, até que eu possa escrever coisas mais felizes.

sábado, 11 de outubro de 2008

esperando a porra do Zorra acabar, pra depois acabar o filme e então eu finalmente ver a corrida!
Preciso lembrar que no dia em que eu ficar rica, de colocar tv à cabo na minha mansão. Daqueles com 419 canais, pra num dia como esses, eu me cansar apertar o controle remoto, descobrir que mesmo com 419 opções, nao há nada que preste e ir dormir.
Eu queria escrever sobre alguma coisa. Mas não sei o quê. Queria algo assim, capaz de tirar toda essa dor do meu peito, todo esse medo que nem minha cara de mulher bem resolvida consegue esconder.
Queria contar uma história bacana, falar sobre a merda da explosão imobiliária de Santos, dela e de seus apartamentos, 18 por andar, mas todos com varanda gourmet. Queria talvez falar sobre alguma desilução com seres do sexo oposto, sobre as mulheres burras que aturo na pós, queria falar sobre o príncipe encantado, sobre a crise na economia daqueles filhos da puta americanos.
Mas nao dá não. Só tem um nó aqui. Uma sensação esquisita. Um inquietação, uma vontade de sair correndo, de chorar, de gritar e de ligar pra meia dúzia de gente, de pedir socorro.
Maior que todo esse medo é meu medo de me tornar um muro de lamentação. Aquela vizinha chata, que ao invés de bom dia, reclama do marido,do porteiro, da síndica, do cachorro, do preço da batata ou então do sol lindo que tá lá fora.
Morro de medo, mais que de todos os meus medos, de ser assim.
Então não conto nada pra ninguém. Só pro Fernando. Que entende minha loucura. Que não me cobra sobriedade. E ainda me dá ferrero, toda a vez que a gente se vê.
Eu tenho muito medo.
De passar daquela linhazinha sabe?
De ficar louca de vez.
Até do meu blog eu tenho medo.
Antes eu falava, sem hesitar. Agora existe aquela coisinha ali do lado, de visitas, e todo santo dia ela registra quarenta pessoas que não tinham mais o que fazer e vieram ler algumas besteira, dar risada talvez.
Oi, prazer, meu nome é Samantha, minha mãe é dependente química, meu pai é ausente (daqueles que não liga nem no aniversário), minhas irmãs não estão nem aí e meu irmão, a única pessoa que eu acho que amo no meio disso tudo, nao pode me ajudar, por que a piranha da ex mulher fóde a vida dele. Ah! Isso sem dizer que nem sei se meu pai é mesmo meu pai.
Mas eu não posso dizer tudo isso.
Eu tenho medo.
Então visto minha cara de intelectual, falo da minha pós, do meu trabalho ou da tese revolucionária que eu criei pra tirar nomes do SPC, mesmo quando você deve. Sério. Falo do meu desapego, da minha praticidade, do meu bom gosto musical. E todo mundo me acha interessante pra caralho, tanto, que até acredito nisso.
Eu sou uma grande ilusão de olhos verdes.
Que tem medo, muito medo.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Super super feliz é o caralho.

Não me conformo com gente tão feliz. Aliás, me irrita e quero distância. Toda possível. Não que eu seja 100% mal humor. Óbvio que a TPM eleva o nível ao insuportável, algo como 215. Numa escala de 0 à 10. Mas, fora dela existe vida. Essa vida até que é boa. Tenho um homor negro fantástico. Coisa de gente inteligente. E modesta, claro. Sou bem humorada pra cacete, tento sempre ver o lado bom, mas pô, dizer que a vida é bela, que tá tudo lindo, porra, não fóde. Coisa mais insuportável, você lá, curtindo a sua merda sabe? Aqueles dias em que tudo deu errado e chega o super feliz, te botando pra cima, dizendo pra não desanimar. Ah, meu filho (a), vai tomá no cú!!!!
Me respeita. Eu quero um ouvido, silêncio, café. Não quero conselho, milagres, novas atitudes. Da minha vida cuido eu. Certa ou errada ela é minha, só minha. E nem toda perfeição alheia se encaixa nos meus velhos erros.
Não sei se foi depois do CVV, mas o fato é que não fico mais dando conselho pra são ninguém e quando quero falar, quero apenas que me escutem, sem essas coisas de super feliz.
Nem sempre eu entendo, quando uma amiga me conta o quanto se humilhou pelo mesmo cafajeste. Me soa como a mesma história, a mesma dor, a mesma velha e porca transa. Posso não entender, meus hormônios feministas podem grita, às vezes dá até enjôo. Mas fico quieta. R E S P E I T O.
Sabe por que?
Quando conto que dei piti (mais um) na Vivo, ou que não aguento mais minha mãe ou que tô cansada de seres do sexo oposto (é sério), quero ouvido, silêncio e café.
Se tiver um bolinho de chuva com banana açúcar e canela melhor ainda.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Nenhum música triste alcançaria.
Relato melodramático não faz meu tipo.
Vamo dormir que é pra ver se isso passa.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Eu me masturbo sim e dai?

Mulher que diz o contrário ou mente descaradamente ou é infeliz. Burra mesmo.
Lembro ainda das enquetes do ginásio ( ginásio? Tô mesmo ficando vélha). Era sempre a mesma coisa. Nome? Idade? Cor? Quem levaria pra ilha deserta? (sempre tinha o "inho". Renatinho, Julinho, Maurinho e por aí vai) Quem deixaria lá? E depois, assim, como num rompante, pra desequilirar o leitor vinha a clássica: VOCÊ SE MASTURBA?
Meninos era descarados. Diziam sempre sim. E junto com a afirmação vinham os números. 2, 3, 4. Verdade ou não, eles admitiam o natural. Meninas? Era um não sonoro, gritado em uníssono, como se a pegunta fosse um palavrão, um xingamento pra mãe.
Nessa época, eu ainda jovem moçoila, não tinha coragem de admitir. Ia na onda das mais ousadas e apenas coloca um risco. Aquel e traço era sinônimo de toda minha inquietação, que gritava internamente a injustiça na criação, nos costumes sociais, que me preparava pra algo que eu não queria ser. Uma muda, uma casta, uma frígida.
Nunca mais respondi uma inquete ou sequer vi uma. Mas posso dizer que hoje eu diria sim. Em letras garrafais e acompanhado de um número. Instável, variável, mas um número, sem dúvida.
O mundo seria mais feliz, o trânsito melhor e não haveria tanta revista falando bobagens sobre TPM.
Aposto que as redatoras não se masturbam.
Azar o delas.