segunda-feira, 27 de julho de 2009

Alguém pra te achar linda.

Ele me acha linda quando chego molhada de chuva.
Ele me acha linda quando acordo com cara de sono.
Ele me acha linda suada depois de correr na praia.
Ele me acha linda quando luto com o sono pra ver o final do filme.
Ele me acha linda quando derrubo alguma coisa. (E eu sempre derrubo alguma coisa.)
Ele me acha linda no sol, assim, de manhãzinha.
Ele me acha linda.
E só.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Minha mãe alcoolatra e eu- Parte 365

Esse post se deve ao milagre inexplicável (pelo menos pra mim) da proliferação virtual.
Escrevi sobre o problema de mamãe e o alcoolismo em setembro de 2008 aqui nesse esquecido blog que vos fala e até hoje recebo comentários mesmo estando ele às traças diga-se de passagem.
É estranho não só pelo post velho, mas por serem pessoas que não conheço.
Será que só eu não leio posts velhos de desconhecidos? No máximo dou uma xeretada báááááásica no que tiver na tela e olhe lá. Tenho preguiça de quase tudo quase sempre.
Enfim, vim dizer que mamãe e eu estamos ótimas.
Ela continua bebendo, e talvez continue enquanto a cirrose e a diabetes mellitus permitirem. As pernas e a visão também não andam lá essas coisas.
Mas agora trabalha, tem o dinheirinho dela, não precisa de mim financeiramente pra nada.
Dia desses me contou que se inscreveu num projeto de casa própria da caixa, regularizou o CPF e o nome só tá sujo por causa de uma máquina de lavar que eu comprei e pretendo pagar em breve. (É irmãos, a crise pegou todo mundo).
É díficil aprender a lidar com problemas depois dos 40. Ela bebeu demais a vida inteira. Não precisou enfrentar nada. Agora, embora beba, já se permite sentir. Resolver problemas, passar por contratempos, essas coisas de gente manja?
E eu? Eu tô feliz. Vivendo a minha vida. Enfim aprendi separar as coisas. Não me culpo mais pelos problemas dela desde o fatídico episódio da clínica do Guarujá, que renderia uns 10 posts se eu fosse contar. (mamãe fugiu de uma clínica ano passado)
Faço minha parte. Visito, abraço, beijo, ligo, digo que tô com saudades.
Tento colocar no plano de saúde, dou consulta jurídica pelo telefone pra parentes e agregados.
Não mais que isso.
Às vezes as pessoas me perguntam:
Você não tem medo de ela tentar se matar de novo?
Tenho
E não faz nada?
Não. É opção dela.
Eu cuido da minha e ela cuida dela. É assim que tem ser.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

E a crise no Senado...

Por Nelson Motta,
"Diante da certeza de que eles vencerão, que jamais pagarão por seus crimes, que continuarão ricos e corruptos, e até mesmo respeitáveis, resta-nos ridicularizar suas figuras toscas, seus figurinos grotescos, seus cabelos tingidos, suas caras botocadas. Para que suas esposas e amantes leiam, e seus filhos se envergonhem deles no colégio. Como nós nos envergonhamos todo dia."

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O blog está as traças por que o coração está em festa.
Antes era o contrário.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A única coisa decente que li sobre ele. ****
O maior passo da humanidade. De Xico Sá. Nascimento do Passo, gênio das 70 e tantas mungangas do frevo, que me desculpe; os velhos e bons b-boys, idem ibidem; os mestre dos baques solto e virado que me perdoem; Elvis, pomba-gira da pele branca, negocie; Fred Astaire, qualé, não se revire no desenho pontilhado dos seus respeitáveis sete palmos; funkadeliks forever, Chicago e Belém com as suas aparelhagens, samba, samba, samba, candomblé, os deuses que dançam, a todos o meu respeito e o sangue sem mertiolate dos meus joelhos... Mas, na boa, o maior passo da humanidade se deu quando o primeiro negro pisou na lua: salve Michael Jackson, um, dois, espírito a três passos do chão, me encoxe, wanna take you on a moonwalk... Ele vai pagar a vida inteira por ter sido maior que Armstrong e sua gangue, por ter fincado a bandeira da sua tara acima de todos os musicais de todas as tendências... Wanna take you on a magic carpet ride… Salve os bois bumbás, os tchans, o samba duro, as lias de itamaracás, a ciência sob o calçamento do mangue, a fulerage, a macumba da japonega, mas, peraí, ninguém levitou tão bonito quanto esse rapaz! Forever my love, you'll be mine. A lua, esse conhaque, o passo da humanidade, comovido com alma perra e carapuça de jabá-pop à vera. Eu sei, ele perdeu o nariz original como o carinha do barbeiro de Gogol, mas pouco importa, nao o diminui como o primeiro negro a pisar a areia movediça da lua. A América nunca vai perdoar o seu primeiro negro mais leve que as folhas das folhas da relva, coitada d´América... Ninguém, nem o mais mungangueiro dos artistas populares, nem os comedores de vidros, ninguém sob a lona do nosso Soleil, ninguém no farol, ninguém no sinal... Nunca houve um passo tão lindo, ajoelhe e reze sr. Balé clássico, bata palmas, morra de inveja, gaste a arrogância das sapatilhas... Nunca houve um passo como moonwalk, nunca houve mais linda invasão à lua dos doidos varridos, Michael Jackson nunca caiu nesse agá minúsculo, pra enganar moça, ora direis, de pisar nos astros distraído. Ele andou palmos acima, seu mar vermelho, tábuas sagradas, Moisés da hora, por entre as nuvens do auto-engano, por entre os dez mandamentos, a terra é azul.... e ele, marcha à ré, se move. Estátua! Stop. Parou ele ou parou o pop? Xico Sá é cronista do Blônicas

quinta-feira, 2 de julho de 2009

- A minha vida é um livro aberto.
-Mentira.
-É sim.
-É nada.
-É sim, tô falando.
-Então tá, mas só se for um livro aberto com um monte de página arrancada.
- (...)