E eu olho pra você e vejo que todo mundo te acha lindo. Até a irmã da minha cunhada, uma criatura fantástica por sinal, te acha lindo. Tenho que casar com você. E eu vejo as pessoas sempre me dizendo pra te segurar. Mas eu não sei o que se faz pra segurar alguém. E então eu continuo sendo só eu, cheia de defeitos e coisas e todas besteiras inerentes aos que tem menos de trinta. E você me acha incrível. Gosta do jeito que eu falo com o porteiro, da tua mulherzinha, quase pós graduada. Tudo é engraçado, é doce, é delicado. Até a minha intempestividade pra ti é calma. Acho que a única pessoa que me acha calma no mundo é você. Nem minha mãe seria capaz de tamanha generosidade, ainda que disso dependesse um prêmio rídiculo de algum programeco vespertino. E eu continuo ali te achando um príncipe, daqueles de contos de fadas. Nada mais é inacabado, imperfeito, estragado. Não procuro mais a erosão. Só a calma dos que amam. E amam e amam e amam mais. E é tanto amor que parece que não cabe em mim. E não cabe. E aí eu divido com você.