terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ah tá e eu sou o Bozo!

Que o brasileiro quer ser esperto e sempre (SEMPRE!!!) passar pra trás o alheio eu até entendo, mas daí a me mandar o atestado de otária e querer que eu reconheça firma tá longe né?
Conversa com a Telefônica(após 40 minutos de enrolação personalizada, musiquinhas cretinas e stress crônico, o meu claro):
E qual o seu nome?
Carla.
Certo, e o sobrenome?
Carla da Silva Sauro.
Ok, você me passa por gentileza seu CPF?
Senhora, não vejo em que pode ser útil isso em nosso atendimento...
Como não? Primeiro, é senhorita Carla, ainda não casei querida (odeio ser chamada de querida, contei piamente com isso para irritá-la). Depois, não sei em que mundo você vive, mas no mundo de hoje, a probabilidade de uma quadrilha redirecionar minha ligação é enorme, preciso do seu CPF para consultá-lo no site da Receita Federal e verificar se és realmente a Carla da Silva Sauro. Você não soube do caso daquela senhora em Araraquara? Ai menina, que barbaridade! Aliás, estou on line, o site da Receita sabe? Graças a um super mega ultra serviço da Telefônica, o speedy. Mas isso conversamos depois. Qual seu CPF?
Meu cpf é 12345689-00
Certo, e sua matrícula?
Mas senhora...
Carla, é senhorita querida! Olha, preciso me cercar de cuidados querida, Olha, dia desses uma vizinha caiu no golpe do sequestro relâmpago sabe? Pois é, coitadinha da Cleide! Ai menina, a família sofreu tanto, ela colocou até ponte de safena!
R-11111
Oi?
É a matrícula SENHORITA.
Você está chateada querida? Ah, isso passa, ela volta, fica assim não. Bom, você pode tranferir minha linha pra controle?
E assim, depois de deixar a cidadã muito da irritada ela transferiu, mesmo com débito e sem a suposta "disponibilidade", afinal, tudo que ela queria era se livrar de mim, ou seja, exatamente o que eles esperam de nós.
Mais vale um telefone desligado do que um problema resolvido.
Não dessa vez querida. Não dessa vez.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Figurinha repetida completa álbum sim!!!!

Eu lembro que na época do colégio ninguém gostava das figurinhas repetidas. Eu, como sempre, era do contra. Na verdade minha indignação maior era com as tais figurinhas brilhantes, aquela mais especial da página, que nunca vinha, te obrigando a comprar mais e mais. Creio piamente na Seita dos Escondedores de Figurinha, formada pelos jornaleiros velhinhos, nas cidades de Interior. Pois é, o tio da banca ficava rico, e eu, pobre mocinha, viva de mesada, que não era lá grandes coisa, obrigando-me assim a desde cedo usar bem as figurinhas repetidas.
Seja qual fosse o álbum, podia ser Chiquititas, Barbie, até o do Campeonato Brasileiro (era o que eu mais gostava justamente por disputar figuras com os meninos, muito mais legal, diga-se de passagem, já que eles não choravam quando perdiam), eu tinha ele completo. Se conseguia a figurinha ótimo, se não conseguia? Bom também, lá ia eu usar outras iguais e por aí ia.
O tempo passou e adaptei as figurinhas às pessoas. Sofro da síndrome do ex. Se for ex-qualquer-coisa eu topo. Nada melhor que um cafuné conhecido, um velho colinho e um cidadão que, senão cansou de ver, pelo menos tá acostumado com a sua bunda. Pois é. Todo mundo tem um vício. O meu é essa coisa de figurinha repetida. Tão sempre lá, no armário, nas gavetas mais baixas.
Talvez um dia eu me liberte. Ou não.
No final das contas, não guardo álbum incompleto.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

E FIdel saiu do trono...

Enfim, após 754 anos de governo, Fidel, atingindo a idade milenar, resolve deixar o poder. Como não podia deixar de ser, a mídia( sempre ela!), se pos a falar das mazelas de Cuba, numa tentativa esdrúxula( alguns preferem dizer velada) de criticar o Socialismo.
Falaram dos problemas que a não-abertura do mercado para o capital estrangeiro causa, dos milhares de atletas que fugiram de lá ao longo dos anos, das execuções que ocorreram, cerca de 17 mil nesse tempo todo, número talvez superior ao 1º mês de invasão americana ao Iraque, mas isso, claro, ninguém diz. Não que eu esteja defedendo a morte de civis, longe de mim, estou apenas filosofando, apenas divagando.
Falaram também do retrocesso da economia, da falta de liberdade de expressão e bla bla bla. O que ninguém diz é que o cara conseguiu reduzir o índice de analfabetismo do país a 0! Nenhum país latino-americano, nem o Brasil, conseguiu isso. Não se fala também no avanço da Medicina, no investimento em cultura, esporte. Oras, por que cargas d'água uma ilha, onde a Educação, a Saúde e acesso mínimo à alimentação estão preservados é tão criticada, se nem onde se critica conseguiram isso?
Pois é, o péssimo ( e eterno) hábito de falar mal.
Prefiro a versão romântica do ditador. prefiro a história de amizade com Che. Prefiro os dias lindos de revolução e a idéia utópica de um mundo melhor com base no comunismo. Prefiro pois, o conto de fadas. Sempre. De maldade e notícia triste já me basta a realidade.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Enloquecendo

Hoje eu só queria te dizer que estou louco. A mesma doce loucura que tu cultivaste dia após dia, desde o dia em que vi tomando Guaraviton e falando com as próprias paredes. O que até então era um belo par de pernas se tornou um sorriso. Um sorriso ambulante, lindo e capaz de demover o mais ateu dos cristãos. Alguém já te disse que tu serias capaz de fazer Hitlher aceitar os judeus apenas se sorrisse pra ele? Bom, infelizmente nem eras nascida. Perdemos os milhões. E então, depois do sorriso veio os olhos. Que enxergavam qualquer coisa, assim, apenas de olhar. E perdi minhas meias mentiras, meu modo inteligente e fulgaz de bom macho. Tu apenas olhava e eu me desmanchava. Parece até meio maricas, mas era teu dom. Não havia filho de Deus que se não encantasse quando tu se punha a defender qualquer tese, por mais absurda que fosse, havia a paixão de toda a humanidade ali e pronto. Havia mais um candidato a marido, mas pra ti eram candidatos a senhor de escravas branca e tu nunca os quis. Pois é, também estive lá. Hoje vejo que perdi tempo demais me perguntando por que é que veio e principalmente, por que é que partiste. Devia na verdade ter percebido que era sim uma menina grande que não sabia conjugar o verbo permanecer. Preferia o estar, o enloquecer. E fiquei assim. Desde que tu se foi, me pergunto como é que vou viver depois de ti. Tudo mudou de cor. O que antes cinza, agora tá colorido demais. As minhas reclamações tão cheias de razão, perderam o sentido, a vida é no mínimo justa. Conheci um anjo que ouvia Lenine e gostava da lua na Praia Vermelha. Por Zé, dia 16/11/2006

sábado, 16 de fevereiro de 2008

As borboletas no estômago (dançando, dançando)

"O homem nasce para atingir a vida, mas tudo depende dele. Ele pode perdê-la. Ele pode seguir respirando, ele pode seguir comendo, ele pode seguir envelhecendo, ele pode seguir se movendo em direção ao túmulo - mas isso não é vida. Isso é morte gradual, do berço ao túmulo, uma morte gradual com a duração de setenta anos. E porque milhões de pessoas ao redor de você estão morrendo essa morte lenta e gradual, você também começa a imitá-los. As crianças aprendem tudo daqueles que estão em volta delas e nós estamos rodeados pelos mortos. Então temos que entender primeiro o que eu entendo por 'vida'. Ela não deve ser simplesmente envelhecer. Ela deve ser desenvolver-se. E isso são duas coisas diferentes. Envelhecer, qualquer animal é capaz. Desenvolver-se é prerrogativa dos seres humanos. Somente uns poucos reivindicam esse direito. Desenvolver-se significa mover-se a cada momento mais profundamente no princípio da vida; significa afastar-se da morte - não ir na direção da morte. Quanto mais profundo você vai para dentro da vida, mais entende a imortalidade dentro de você. Você está se afastando da morte: chega a um momento em que você pode ver que a morte não é nada, apenas um trocar de roupas ou trocar de casas, trocar de formas - nada morre, nada pode morrer. A morte é a maior ilusão que existe. OSHO, O Livro da Cura

Amor veja bem, arranjei alguém, chamado saudade...

O mundo dela tava ABERTO pra visitação. Super aberto, escancarado ela diria.
Ana Maria não queria muita coisa não. Era só chegar devagar, botar no colo, fazer ninar. Bastava um amor, desses do tamanho do Universo. Não entendia como tudo se fechava. As pessoas gritavam aos quatro ventos que não queriam amor, nem amar, nem coisa alguma que se sentisse. Em contra partida, o verbo já tinha desistido da conjuhação dessa gente toda.
Era um ciclo doente, e como toda doença, trazia consigo uma leva de sofredores. Um povo todo que optou pelo sofrimento, mas chamou isso de um monte de nome moderno e pronto. Nascia então os bem (mal) resolvidos.
Mas o que Ana Maria ia fazer se tinham complicado toda a linguagem e tava cada vez mais difícil explicar coisas simples sem ter que cair num choro que não se via, choro de quem não se sabia fazer traduzir?
Era mesmo tão complexo querer as pernas bambas? Alguém pra dizer que o cabelo dela fica lindo quando acordava, mesmo que estivesse bem próximo do Simbá, no Rei Leão II? E o sorriso? Era só um príncipe que ficasse bobo, olhando pra suas fuças sonolentas enquanto ela resmungava se dava pra levar um mexido, na cama?
Teria encontrado num gato vira latas, quem sabe amarelo, quem sabe rajado, quem sabe um gato. Teria?
Apenas pernas. Apenas bambas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Teimosia que vem do útero

Essa semana a mamãe resolveu contar como eu nasci, aliás, como eu fui concebida. Dizia ela que sou teimosa desde o útero. Que resolvi nasci e ponto. Tomava remédio a moçoila, há aaaaaaaaanos, mas teve jeito não. Um belo diz foi no médico e viu que eu tava lá.
Contou pro papai. Ele se limitou a dizer: Vai ser menina, vai ter olhos verdes e vai chamar Samantha. Ninguém quis saber o sexo. Vai sabá como conseguiram, mas mamãe só soube que era menina quando nasci. Aquela bonequinha de mais de quatro kilos, mais de 50 centímetros e com uma garganta incrível.
A teimosia também fez com que você nascesse mais cedo Samantha. Sei lá, você resolveu nascer antes e pronto, tratou de enrolar o cordão umbilical no pescoço. Acho que eu não queria ser escorpião.
E a teimosia persistiu por anos a fio e nunca mais me largou. Conta ainda mamãe que não houve vez que ela conseguisse botar xuxinha no meu cabelo, e ela chorou por que essa era a graça de ter filha menina. Não teve jeito de me vestir depois que aprendi onde ficavam minhas gavetas, e ela teve que comprar mais blusas da Moranguinho quando resolvi ficar com um delas por um mês. Não deixava nem lavar e, claro, enlouquecia a tia da escola com a nova moda.
E tu sempre foi assim. Teu apelido na infância era "cricri" filha. Desde que eu te conheço por gente, nunca vi tu fazer nada que não quisesse, nem deixar de conseguir algo que queria.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Sonha-se em particípio.

Chico Buarque & Maria Bethânia - Sonho Impossível Sonhar Mais um sonho impossível Lutar Quando é fácil ceder Vencer o inimigo invencível Negar quando a regra é vender Sofrer a tortura implacável Romper a incabível prisão Voar num limite improvável Tocar o inacessível chão É minha lei, é minha questão Virar esse mundo Cravar esse chão Não me importa saber Se é terrível demais Quantas guerras terei que vencer Por um pouco de paz E amanhã, se esse chão que eu beijei For meu leito e perdão Vou saber que valeu delirar E morrer de paixão E assim, seja lá como for Vai ter fim a infinita aflição E o mundo vai ver uma flor Brotar do impossível chão

domingo, 10 de fevereiro de 2008

...e sonhos não envelhecem...

Dia desses assiti uma matéria do "Reporter Record", um programa muito bacana, desses que ainda vale a pena assitir na TV, sobre as mortes que acontecem todo ano nas estradas do país, especialmente na época de festas, onde o povo abusa ainda mais de álcool e drogas.
Eu realmente não tinha idéia de quanta gente morria. Cerca de 3 mil pessoas todo santo mês, o equivalente a um 11 se setembro americano !
Mas o que choca ainda mais, não fosse o número de famílias devastadas pela dor, é o motivo dos acidentes. 80% é cometido por motoristas alcoolizados.
E eles não matam só a si. Matam jovens de 18 anos que tem a vida interrompida. Matam crianças, que sequer chegaram a adolescência. Matam família inteiras, as vezes pai, mãe e filhos. Matam, e matam e matam e matam ainda mais.
Quando entrevistado, um dos jovens, visivelmente embriagado, disse ao repórter que dirige melhor quando bebe...Não teria ele mãe? Ninguém disse pra ele que não se pode brincar assim com a vida dos outros?
Por uma dessas peças que o destino nos prega, no meio da reportagem aparece uma amiga minha de faculdade(sim, acontece do nosso lado, todos os dias). Ela perdeu a filha de 18 anos, morta num acidente no primeiro dia de Carnaval junto com outros 4 jovens de 12, 14, 18 e 22 anos. A culpa? Um bêbado filho da puta na contramão que jogou o carro da filha dela na outra pista, colidindo com um caminhão. O bêbado, tá vivinho, vivinho da silva.
Eu que já não gostava dessa festa boçal apenas me dei mais um bom motivo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Vai um cartãozinho corporativo ai?

E esse gasto aqui? E esses R$499,00?
Aaaaaaaahhhhhhhhh. O servidor comprou uma pasta de couro, usada em trabalho! Poxa, não é corrupção!
Puta que me pariu! É um gasto obsceno, nesfasto, vil, sujo!
O cidadão trabalha o mês todo, 44 horas semanais e, depois de pagar uma média de R$2,20 a passagem de ônibus, ou seja, R$4,40 dia, totalizando quase R$120,00 mês, ele tem que sustentar a família com R$260,00!!! Sim, por que a Constituição diz que o salário mínimo dever ser suficiente pra manter tudo: alimentação, vestuário, lazer, educação...e por aí vai.
Doeria menos se ele dissesse que tinha desviado aquele dinheiro, que comeu uma puta, sei lá, mas me fazer engolir que 500 mangos foram gastos com uma pasta pra trabalho não dá não.
É um descalabro tamanho que nem caindo a palhaçada em rede nacional o povo toma vergonha e começa a pensar na hora de votar.
A culpa é nossa, ela é sempre nossa. Somos culpados pela verba de R$15.000,00 mil mensais que os deputados tem pra "pequenos" gastos, somos culpados pelo corporativismo dos cartões, somos culpado pelo covil de palhaços que se instalou no Congresso.
Por que não vamos as ruas?
Não fechamos a frente dos Ministérios?
Não obrigamos a transigir?
Também não me isento, faço política atrás da tela do computador, ainda não coloquei o verbo no gerúndio.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Fui ser feliz, já volto.

Maria Eduarda tinha suportado mais um carnaval. Mais dias de rua cheia e a pensão que ficava na frente da sua casa apinhada de picas ambulantes, procurando desesperadamente por um vagina desavisada, ou quem sabe uma gonorréia, uma sífilis ou talvez algo mais simples, mais etéreo, mais carnavalesco como uma herpes.
Tinha sido forte e não ligado a TV por 5 dias. Não que ela ligasse no resto do ano. Mas quando se sabe que "não pode", é aí que dá vontade. E ela era assim, sofria de uma atração irresistível pelo probido. Enquanto todas as pessoas comuns procuravam se livrar das sarnas, Maria Eduarda adorava motivos pra se coçar.
Era uma espécie de auto afirmação. Uma luta diária de aprendizado, onde ganhava aquele que continuasse com a sua pele.
Tinha suportado aquele cheiro insuportável de álcool que pairava o ar, aquele monte de gente que mais pareciam bestas se apertando numa praia que, normalmente, era vazia, era dela. Por que é que todo mundo tinha que vir justamente praquele pedaçinho de terra que ficava a 1 quadra da sua casa e lhe fazia pagar um dos aluguéis mais caros da cidade?
Não se sabe. E Maria Eduarda tbm não sabia. O fato era que aquela cidade tava ficando pequena demais pra uma nômade, apertada demais, sem ar.
Pra ajudar, ainda não tinha o bar do Chico, nem do Raul e nem criaram a seita secreta dos seguidores de Gonzaguinha. Tava mesmo difícil de se viver. No proximo ano ela iria pra Cuba. Pode apostar.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez?

Izadora não sabia amar do jeito convencional. Mas o que era o convencional? Era o politicamente correto, aquilo que não assustaria os amigos na mesa de bar.
Olha, se ela fosse mesmo dizer em tudo que acredita, provavelmente mandariam ela pro Napes, aquela clínica de maluco na cidade vizinha.
Mas não. Izadora ficava calada, pensando se só ela amava assim. Amor livre, amor dividido, amor que não sobrevive apenas de um protagonista.
Era possivel sim, sabe por que? Por que Izadora sentia. Sentia de um jeito latente, visceral, hiperbólico. Era o sentimento em si e por si. Amores que desafiavam a razão. E quem foi que disse que exista explicação?
Izadora estava no meio e não sabia como sair de lá. Pra dizer bem a verdade, não sabia sair e mesmo que soubesse, era bem provável que não houvesse querer.
E se perguntava nessas horas, por que motivo não tinha nascido macho, e no Oriente Médio...
Ocorre que ela tava ali, E ali, não tinha outro jeito não. Era tudo muito estanho, muito esquisito.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Corpo meu.

Isabella tava cada dia mais gostosa. Gostosa para caralho. Até o porteiro do prédio tinha notado. E não foi só ele. O seu Zé da padaria, aquele menino cheio de piercing da banca, o estagiário do escritório, o chefe( hum, o chefe!), aquele monte de cueca do boxe que finge naturalidade diante de uma bunda dura...e por aí ia.
Dava pra notar. Braço durinho, não tanto quanto ela queria, mas já passava com nota 9 o teste do thau. Pernoca definida e não mais aquela coisa sem forma que nem de longe lembrava os tempos de voley, onde a professora mandava correr 40 vezes em volta da quadra.
A bunda? Logo mais deixaria Sheila Carvalho com inveja.
Até a abençoada saboneteira Isabela agora tinha! Sim, Vinícius disse que uma mulher precisa dela. Isabella acredita em Vinícius. Ponto.
Os abdominais hoje lhe caiam bem. Se a barriga ainda não tinha gominho como ela queria, pelo menos tava durinha, no seu devido lugar. E nada era mais gratificante que entrar num 38 ou pedir uma pence pro 40. Bárbaro. Adeus 42!
Já não havia mais a tortura do ácido lático. Era apenas libertação. Libertação de mulher bem resolvida que botou a luva e foi pro ringue. Que colocou em alguns bonecos os nomes de seus desamores e socou-lhes a fuça. Era tudo muito simples.Ela tinha simplesmente achado o caminho. Agora era tarde demais pra mudarem o atalho.

Veronika decide morrer

Sabe que Paulo Coelho é uma coisa enigmática na vida de Catarina. Sempre amou e odiou na mesma proporção. Coisas que só Catarina sabe fazer.
Dias desses ela encontrou o livro da Veronika e leu todinho em duas horas. Não sabe se sugere. É lindo, mas é Paulo Coelho. É absurdamente esquisita a sensação. Catarina já leu outros tantos e ainda não sabe dizer se é coisa de se sugerir, sabe como é. É mulher inconstante, confusa e inquieta e não por isso menos plena.
Mas tá ai. Se alguém quiser arriscar.
Ela começou agora o Saramago, romance. Até por que o Carnaval merece, não?